São Paulo, domingo, 08 de abril de 2007

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Crítica/"I Hate São Paulo"

Filme fraco funde passado e presente no caos da cidade

CRÍTICO DA FOLHA

Não é difícil relacionar uma extensa lista de motivos para odiar a cidade, mas "I Hate São Paulo" -que, apesar do título original em inglês, é uma produção brasileira de 2003, só agora lançada no circuito paulistano- parte dessa afirmação de ódio ("eu odeio São Paulo") para tentar encontrar (ou reencontrar) razões para amá-la.
Entender um pouco do que levou à deterioração da vida na metrópole é uma das boas causas do roteirista, produtor e diretor Dardo Toledo Barros. Outra, co-relacionada a essa, é render tributo à memória das vítimas da ditadura militar de 1964. A sinceridade de abraçá-las vem na forma do "baseado em uma história real" que aparece nos créditos finais.
Daniel (Cláudio Fontana) é um operador do mercado financeiro que perde quase tudo em uma jogada. Lá se vão os US$ 4 milhões que diz ter acumulado, a mulher e o convívio diário com a filha, mas não os pesadelos com o pai, morto durante o regime militar, e uma inquietude com os próprios destinos e os do país.
Um encontro acidental com um amigo do pai (Wolney de Assis) põe Daniel em contato com informações sobre o passado que se tornam cruciais para resolver suas angústias no presente, incluindo um documentário sobre imigrantes que se estabeleceram na cidade. Walmor Chagas aparece em cenas de "São Paulo S.A." (1965), o que contribui para sublinhar, por contraste, a enorme distância entre as boas causas de "I Hate São Paulo" e a fragilidade, visual e dramatúrgica, de trabalhá-las em forma de longa-metragem. (SR)

I HATE SÃO PAULO
Direção:
Dardo Toledo Barros
Produção: Brasil, 2003
Com: Cláudio Fontana e Wolney de Assis
Quando: em cartaz na Sala Maria Antônia
Avaliação: ruim


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