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Crítica/"I Hate São Paulo"
Filme fraco funde passado e presente no caos da cidade
CRÍTICO DA FOLHA
Não é difícil relacionar
uma extensa lista de
motivos para odiar a
cidade, mas "I Hate São Paulo"
-que, apesar do título original
em inglês, é uma produção brasileira de 2003, só agora lançada no circuito paulistano- parte dessa afirmação de ódio ("eu
odeio São Paulo") para tentar
encontrar (ou reencontrar) razões para amá-la.
Entender um pouco do que
levou à deterioração da vida na
metrópole é uma das boas causas do roteirista, produtor e diretor Dardo Toledo Barros. Outra, co-relacionada a essa, é
render tributo à memória das
vítimas da ditadura militar de
1964. A sinceridade de abraçá-las vem na forma do "baseado
em uma história real" que aparece nos créditos finais.
Daniel (Cláudio Fontana) é
um operador do mercado financeiro que perde quase tudo
em uma jogada. Lá se vão os
US$ 4 milhões que diz ter acumulado, a mulher e o convívio
diário com a filha, mas não os
pesadelos com o pai, morto durante o regime militar, e uma
inquietude com os próprios
destinos e os do país.
Um encontro acidental com
um amigo do pai (Wolney de
Assis) põe Daniel em contato
com informações sobre o passado que se tornam cruciais para resolver suas angústias no
presente, incluindo um documentário sobre imigrantes que
se estabeleceram na cidade.
Walmor Chagas aparece em
cenas de "São Paulo S.A."
(1965), o que contribui para sublinhar, por contraste, a enorme distância entre as boas causas de "I Hate São Paulo" e a
fragilidade, visual e dramatúrgica, de trabalhá-las em forma
de longa-metragem.
(SR)
I HATE SÃO PAULO
Direção: Dardo Toledo Barros
Produção: Brasil, 2003
Com: Cláudio Fontana e Wolney de Assis
Quando: em cartaz na Sala Maria Antônia
Avaliação: ruim
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