São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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CDs

Instrumental
Mangabeira

NONATO LUIZ e TÚLIO MOURÃO
Gravadora: Jazzmineiro; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: bom
Frente à impossibilidade de recuperar seus direitos sobre o álbum "Carioca", que gravaram em 1991 pelo extinto selo Caju, o violonista cearense Nonato Luiz e o tecladista mineiro Túlio Mourão decidiram fazer uma nova gravação. A faixa-título foi substituída pelo divertido "Choro Acadêmico", mas a ordem das nove faixas restantes é quase a mesma, com destaque para as belas melodias de "Mangabeira", "Mouro Blues" e "Teia de Renda". A dupla lança esse CD amanhã, às 21h, no Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/ xx/ 11/3095-9400; R$ 12; classificação indicativa: 12 anos).
POR QUE OUVIR: Dezoito anos depois, este saboroso duo de violão e teclado soa mais harmônico ainda. (CC)

Pop/alternativo
Dois em Um

DOIS EM UM
Gravadora: Midsummer Madness; Quanto: R$ 15 (no site mmrecords.com.br); Avaliação: bom
O baiano Luisão Pereira era guitarrista do Penélope, grupo pop-rock simpático, mas que não estourou. Em seu novo projeto, Dois em Um, ele junta forças com a carioca Fernanda Monteiro, cantora e talentosa violoncelista da Orquestra Sinfônica da Bahia. Apesar do nome sem sal e de músicas ainda a lapidar, a dupla entra em território em que cruzam influências da bossa nova e do pop indie que reverencia a estética dos anos 60. A influência do franco-britânico Stereolab, que navega em praias semelhantes, é marcante em "Dias".
POR QUE OUVIR: Em faixas como "Mais uma Vez" e "Florália", o Dois em Um deixa evidente que pode chegar longe, ao misturar peso, psicodelia e certa erudição. (BRUNO YUTAKA SAITO)

MPB
Alma Cabocla

ANA SALVAGNI
Gravadora: independente (www.tratore.com.br); Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
O mérito inicial do terceiro CD de Ana Salvagni está em ele ser todo dedicado a Hekel Tavares (1896-1969), um compositor hoje pouco lembrado, mas autor de belas canções, como "Casa de Caboclo", "Guacyra", "Sussuarana" e "Você". Pensando-se nas versões de Maria Bethânia para as duas últimas, nota-se que em Salvagni a técnica prevalece sobre a emoção, mas isto não reduz o potencial comovente de "Dedo Mindinho", "Favela" e outras. Os ótimos músicos que a acompanham e os delicados arranjos são outros trunfos.
POR QUE OUVIR: É a chance rara de conhecer ou reconhecer as modas de viola, os cocos de Hekel Tavares, que migrou depois para a música de concerto. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

MPB
Os Golden Boys

OS GOLDEN BOYS
Gravadora: Discobertas; Quanto: R$ 20, em média (CD duplo); Avaliação: bom
Apanhado das gravações inaugurais do (então) quarteto vocal carioca que, apesar de ter transitado por vários segmentos da MPB (e acompanhado de Beth Carvalho a Jorge Ben), ficaria vinculado à jovem guarda. O material saiu de bolachões de 78 rpm, compactos e até um LP inteiro (de 1959). Menos "sofisticados" que os grupos projetados pela bossa nova, eles não tinham pudor em visitar qualquer tipo de repertório de versões deliciosamente tranqueiras para sucessos internacionais (como "I Wanna Hold your Hand", dos Beatles que aqui virou "Quero Afagar Tuas Mãos").
POR QUE OUVIR: A remasterização é muito eficiente, o que torna a audição agradável até para viciados em tecnologia. (MARCUS PRETO)

Pop
Scream

CHRIS CORNELL
Gravadora: Universal; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: regular
Poucos álbuns foram tão execrados quanto o terceiro solo do norte-americano Chris Cornell. Trata-se de um disco de r&b para as pistas, no qual o ex-ídolo grunge divide a cena com Timbaland, produtor responsável pelos êxitos recentes de músicos como Justin Timberlake e Nelly Furtado. O resultado é mesmo bizarro, porém mais divertido do que seus dois CDs anteriores e toda a sua discografia com o Audioslave.
POR QUE OUVIR: As faixas são coladas, como se formassem uma única suíte. Mas "Time" se destaca, principalmente pelo timbre da programação eletrônica, que fica entre o kuduro e o tecnobrega. (JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR)


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