Quinto livro-CD, que chega às bancas domingo, traz vida e obra do sambista

Coleção Folha apresenta músicas e história do compositor mineiro, autor de clássicos como "Ai, Que Saudades da Amélia"

DA REPORTAGEM LOCAL

Ataulfo Alves era um sambista elegante. Gravado por todos os grandes cantores da época, foi autor de dezenas de canções que ajudaram a escrever a história da música brasileira, como "Na Cadência do Samba", "Meus Tempos de Criança" e "Ai, Que Saudades da Amélia". É dedicado a ele, sua história e suas músicas, o quinto volume da Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira, nas bancas no próximo domingo.
Nascido em 1909 em Miraí (MG), Ataulfo foi para o Rio em 1927. Lá, conheceu e tornou-se amigo de importantes sambistas da época, como Bide e Ismael Silva, fundadores da primeira escola de samba, a Deixa Falar. Envolvido com aquele universo, Ataulfo participou dos primeiros blocos carnavalescos e pouco depois já era compositor disputado.
Foi gravado nos anos 1930 por Francisco Alves, Orlando Silva, Carmen Miranda. Na virada da década, Ciro Monteiro emplacou dois hits de Ataulfo seguidos: "Oh! Seu Oscar", em 1940, e "O Bonde São Januário", em 1941. Pela mesma época, Ataulfo começou a gravar discos ele mesmo, e em 1942 registrou sua música mais famosa, parceria com Mario Lago, "Ai, Que Saudades da Amélia". Sucesso que foi além da música e instituiu a expressão "Amélia" no vocabulário popular.
Nos anos 1950 e 1960 continuou compondo e cantando ao lado de suas "Pastoras" e produziu mais sucessos, como "Você Passa, Eu Acho Graça", na voz de Clara Nunes. Morreu em 1969, antes dos 60 anos.
O autor do livro sobre Ataulfo Alves é Hugo Sukman e a edição traz biografia, discografia selecionada, letras e fotos. O CD acompanhante vem com "Na Cadência do Samba", com Elizeth Cardoso, "Oh! Seu Oscar", com Ciro Monteiro, e "Ai, Que Saudades da Amélia", com Roberto Silva, entre outras.
A Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira é composta por 25 livros-CDs, nas bancas todos os domingos até 29 de agosto. Cada volume é dedicado a um compositor importante da chamada Era de Ouro da música brasileira.


Texto Anterior: Crítica/ "O Allfabeto Enfurecido": Exposição ressalta potência visual de Ferrari e Schendel
Próximo Texto: Música: Otto faz show hoje no Sesc Pinheiros
Índice