da Agência Folha, em Recife

A encenação da morte e ressurreição de Cristo tornou-se tão tradicional em Pernambuco que provocou até produção dissidente.
É o caso da "Paixão de Cristo" de Recife, que é apresentada no estádio do Arruda. Seu idealizador é o ator e diretor pernambucano José Pimentel. Durante 27 anos, ele foi diretor da peça encenada em Fazenda Nova, na qual representou o papel de Cristo durante 19 anos.
No ano passado, ao saber que seria substituído no papel de Cristo pelo ator Fábio Assunção, Pimentel resolveu deixar a produção e fazer uma montagem paralela, em Recife -que ficou conhecida como "Paixão de Cristo dos pobres".
"Olhos azuis não significam talento", reagiu Pimentel, numa indireta a Assunção, que não fala sobre o assunto.
A disputa pelo papel de Cristo adquiriu no Estado uma conotação de defesa dos talentos locais contra a invasão dos atores da TV Globo -que, desde 97, ocupam os principais papéis da "Paixão de Cristo" de Fazenda Nova.
Agora, em seu segundo ano de realização, a "Paixão de Cristo" de Recife já dispõe de mais apoio e estrutura, embora continue enfrentando problemas. No sábado, por exemplo, alguns cenários não resistiram aos ventos e desabaram, atrasando o início da peça.


Peça: Paixão de Cristo
Quando: 03 a 12 de abril
Onde: Estádio do Arruda (Recife)
Quanto: R$ 5 (arquibancadas) e R$ 10 (cadeiras)



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