São Paulo, domingo, 08 de maio de 2005

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"Deu para realizar sonhos", diz ator

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Para o ator Leandro Firmino, 26, sua participação no longa-metragem "Cidade de Deus" só rendeu bons frutos. Um deles, à época, foi ter comprado um computador. "Com o filme deu para realizar alguns sonhos", diz. "Além disso, ainda estou trabalhando."
Atualmente, ele vive o Jonas na sitcom "Mano a Mano", da Rede TV!. Desde que foi lançado como ator no cinema, Firmino encontrou a glória com o traficante Zé Pequeno, personagem violento que marcou sua carreira.
Do alto de sua fama, foi à cerimônia do Oscar em 2003, quando o filme concorreu ao prêmio, e ganhou papéis nas séries "A Diarista" e "Carga Pesada", da Globo.
Mas o sucesso não "subiu à cabeça", segundo o ator. "No início, foi meio estranho, mas, graças a Deus, tenho pessoas que me ajudam muito, meus pais, meus primos, meus fãs. Procuro sempre segurar minha onda porque tudo na vida é passageiro."
Estar numa emissora de menor porte não é traumático, segundo ele. "O mais importante é poder estar trabalhando, independentemente da emissora", diz.
Ele conta que já encontrou com algumas pessoas nas ruas, principalmente em São Paulo, que o reconhecem pelo personagem do humorístico, um jovem que critica o capitalismo ao mesmo tempo em que usufrui dele.
Da origem no Vidigal e da vivência na Cidade de Deus, subúrbio carioca da zona oeste, Firmino mantém positivamente a idéia de poder sempre ter um trabalho em vista. Para entrar na comédia produzida pela norte-americana Picant Pictures, ele fez dois testes. "Não é meu primeiro trabalho com comédia. É muito gostoso fazer comédia porque é mais leve. Além disso, temos um elenco maravilhoso e um clima distraído", afirma o ator.
O maior trunfo da realização de "Cidade de Deus", para ele, é a criação da ONG Nós do Cinema, da qual é vice-presidente. O grupo, formado por jovens atores amadores da favela, ganhou notoriedade na época da produção, em 2002. Atualmente, o Nós do Cinema é um dos mais bem-sucedidos projetos sociais do Rio de Janeiro. A organização mantém 60 alunos dos morros cariocas em oficinas de interpretação, roteiro e direção e tem realizado diversos trabalhos em TV e cinema.
Firmino aguarda um convite para participar da nova temporada de "Cidade dos Homens", assim como outros atores do Nós do Cinema. (MB)


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