São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vocalista da banda americana fala à Folha sobre sexo, rock e nova fase do trio da Geórgia

Revelações

Michael Stipe abre o jogo após novo disco do R.E.M.

MICHAEL STIPE FALA SOBRE SUA VIDA E O R.E.M.

Divulgação
A banda R.E.M., que lançou seu 12ª álbum, "Revel", vendeu 100 mil cópias e ganhou disco de ouro em menos de um mês


SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A BEVERLY HILLS

A velha dúvida sobre qual a melhor e mais influente banda de rock dos últimos 20 anos, se R.E.M. ou U2, não existe mais. Pelo menos para o músico Bono, uma das partes interessadas.
O irlandês afirmou recentemente que "Reveal", 12º álbum do trio norte-americano liderado por Michael Stipe, é o melhor disco que ele já ouviu na vida.
Com ele devem concordar, pelo menos parcialmente, 100 mil brasileiros, que deram na terça-feira o disco de ouro ao lançamento em menos de um mês, sucesso que pode ser reflexo do show histórico que a banda fez no Rock in Rio em janeiro deste ano.
O segredo está na fidelidade ao espírito independente e à integridade artística que levaram os rapazes da cidade de Athens, na Geórgia, a lançar álbuns clássicos como "Automatic for the People" e "Out of Time" e vender milhões e milhões de discos.
"Sou muito ingênuo", diz Stipe à Folha. "Com 15 anos, não gostava da música que tocava nas rádios, juntei uns amigos e resolvemos fazer uma banda."
"Reveal" é o segundo CD de Stipe (vocal), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo) como trio. Em 1997, depois de sofrer um derrame, o baterista Bill Berry se aposentou e foi cuidar de vacas numa fazenda nos EUA.
A banda quase acabou. Lançou o sombrio "Up", que iria virar injustamente o testamento sonoro do R.E.M.. "Vimos que somos amigos, mais do que parceiros, e daí saiu "Reveal'", diz Stipe.
O disco é jovial, "para cima", com direito até a uma tentativa de revisão de "Garota de Ipanema", segundo o autor. Contrasta com o próprio Stipe, que aos 41 parece mais velho e cansado.
Pode ser culpa da careca, que continua cada vez maior, agora com alguns cabelos grisalhos onde ainda há cabelos. Ou seu jeito sério, a voz grave e baixa.
Mas no mar de N'Syncs, Backstreet Boys e Jennifers Lopez que dominam as paradas dos EUA hoje em dia, é um privilégio escutar o que tem a dizer o criador de "Radio Free Europe" e "It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)".
Ah, sobre aquela declaração há duas semanas à revista "Time": sim, ele continua gay.

O jornalista Sérgio Dávila viajou a Beverly Hills a convite da gravadora Warner


Texto Anterior: "Amor em Fuga": Episódio é digno fecho das aventuras de Doinel
Próximo Texto: "Nunca estive "no armário'", afirma o cantor
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.