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Arte iraniana vai além de Kiarostami
DO ENVIADO A LAVASAN (IRÃ)
O freqüentador das
mostras internacionais de
cinema brasileiras está familiarizado com nomes
como Abbas Kiarostami,
Mohsen Makhmalbaf e
sua filha, Samira, Jafar Panahi e Majid Majidi. São a
face mais evidente do cinema iraniano.
O mais conhecido deles,
Kiarostami, "descoberto"
pelo Ocidente após "Onde
Fica a Casa do Meu Amigo", de 87, concorreu três
vezes à Palma de Ouro em
Cannes (ganhando em 97,
por "Gosto de Cereja") e é
figura freqüente em São
Paulo, onde deu palestras,
fez um curta e exposição
fotográfica e foi tema do
filme "Volte Sempre, Abbas!", de Leon Cakoff e Renata de Almeida, principais responsáveis pela popularização dos filmes iranianos no Brasil.
Só no Festival de Berlim
deste ano, seis filmes iranianos de estilos diferentes marcaram presença.
Mas há mais produção do
que a que chega ao Ocidente. "Parte da culpa é do
governo, que dificulta a
viagem dos cineastas para
fora", diz Bahman Farmanara. "Outra parte é culpa
involuntária de Kiarostamni, que definiu um padrão de cinema para o país
que não é verdadeiro."
O fato de, na cabeça das
platéias européias, americanas e brasileiras, cinema
iraniano ser igual a Kiarostami é menos problema do cineasta que do público, "historicamente
preguiçoso", crê ele.
Além disso, diz o cineasta, a chamada "nova onda"
do cinema iraniano, que
começou em 97, com a
eleição do presidente Mohammad Khatami, está
ameaçada. "A indústria
aqui vive de ciclos. O primeiro é pré-revolucionário, com produção constante e variada. O segundo
é do período entre 79 e 97,
quando só eram aprovados filmes-propaganda islâmicos. O terceiro, a nova
onda, parece ter se encerrado com a eleição de Ahmadinejad, ano passado."
O próximo, diz ele, ninguém sabe qual é nem como será.
(SD)
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