São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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Arte iraniana vai além de Kiarostami

DO ENVIADO A LAVASAN (IRÃ)

O freqüentador das mostras internacionais de cinema brasileiras está familiarizado com nomes como Abbas Kiarostami, Mohsen Makhmalbaf e sua filha, Samira, Jafar Panahi e Majid Majidi. São a face mais evidente do cinema iraniano.
O mais conhecido deles, Kiarostami, "descoberto" pelo Ocidente após "Onde Fica a Casa do Meu Amigo", de 87, concorreu três vezes à Palma de Ouro em Cannes (ganhando em 97, por "Gosto de Cereja") e é figura freqüente em São Paulo, onde deu palestras, fez um curta e exposição fotográfica e foi tema do filme "Volte Sempre, Abbas!", de Leon Cakoff e Renata de Almeida, principais responsáveis pela popularização dos filmes iranianos no Brasil.
Só no Festival de Berlim deste ano, seis filmes iranianos de estilos diferentes marcaram presença. Mas há mais produção do que a que chega ao Ocidente. "Parte da culpa é do governo, que dificulta a viagem dos cineastas para fora", diz Bahman Farmanara. "Outra parte é culpa involuntária de Kiarostamni, que definiu um padrão de cinema para o país que não é verdadeiro."
O fato de, na cabeça das platéias européias, americanas e brasileiras, cinema iraniano ser igual a Kiarostami é menos problema do cineasta que do público, "historicamente preguiçoso", crê ele.
Além disso, diz o cineasta, a chamada "nova onda" do cinema iraniano, que começou em 97, com a eleição do presidente Mohammad Khatami, está ameaçada. "A indústria aqui vive de ciclos. O primeiro é pré-revolucionário, com produção constante e variada. O segundo é do período entre 79 e 97, quando só eram aprovados filmes-propaganda islâmicos. O terceiro, a nova onda, parece ter se encerrado com a eleição de Ahmadinejad, ano passado."
O próximo, diz ele, ninguém sabe qual é nem como será. (SD)


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