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Seminário em SP debate investimento em cultura
Debates terão participação de curadores, produtores e representantes de estatais
Para consultor, desafio comum a música, artes cênicas e plásticas é o de achar "o melhor equilíbrio entre participação pública e privada"
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
As perspectivas para o investimento em música, artes plásticas e cênicas são o foco de um
seminário que acontece de
amanhã a sexta-feira, na Estação Pinacoteca, em São Paulo.
O levantamento do Datafolha
sobre o mercado cultural paulistano (tema das reportagens
da capa e da página 4 desta
Ilustrada) será esmiuçado durante os debates.
"Infelizmente, circula pouca
informação nesta área. Não há
séries históricas de dados que
permitam fazer uma avaliação
do que acontece no mercado
-a não ser no cinema", diz o
consultor João Leiva, que organiza o evento e participa de dois
painéis (veja programação
completa no quadro ao lado).
Segundo ele, estarão representados "projetos pequenos,
médios e grandes, gente que investe com recurso próprio e via
lei de incentivo, gente a favor e
contra a Lei Rouanet". A lista
de convidados inclui atores,
produtores, curadores, secretários de Cultura e nomes de estatais e da iniciativa privada.
Apesar de reconhecer as particularidades de cada setor cultural, Leiva defende que "é comum a todas as áreas o desafio
de determinar o melhor equilíbrio entre participação pública
e privada, a combinação ideal
de investimento".
Para ele, "em todos os mecanismos de incentivo à cultura e
investimentos feitos pelo Estado, é fundamental que haja
transparência, que os dados sejam tornados públicos. A partir
daí, conseguiremos avaliar se as
distorções são pontuais".
Ele se refere a casos como o
da permissão do Ministério da
Cultura para que os responsáveis pela primeira turnê brasileira do Cirque du Soleil captassem R$ 9,4 milhões em patrocínio, via Lei Rouanet, em 2006.
Leiva acredita que, "porque
as outras áreas não são tão articuladas, o debate atual em torno da Rouanet acabou sendo
monopolizado pelo teatro":
"Você pode fazer a conta que
quiser: ninguém vai conseguir
provar que piorou a situação no
teatro [por conta de distorções
no uso da lei]. Precisamos tornar as análises mais sofisticadas. Tem problema no teatro?
Tem. Sou totalmente contra o
incentivo astronômico seguido
de ingresso caro. Mas isso é a
regra ou a exceção?"
A entrada no seminário custa
entre R$ 50 (um dia) e R$ 125
(cinco dias). É preciso fazer inscrição no site www.pinacoteca.org.br. A Estação Pinacoteca fica no largo General Osório,
nº 66, no bairro da Luz.
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