São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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Biógrafo afirma que cantor não tem câncer

Autor de livro diz que Michael Jackson passou por vários exames

Boatos surgem porque cantor dá raras entrevistas, além de ter como hábito trocar regularmente sua equipe de funcionários


DA REPORTAGEM LOCAL

A última das notícias que enriquecem a mitologia de Michael Jackson é a de que o cantor de 50 anos está sofrendo de câncer de pele. À Folha, o norte-americano J. Randy Taraborrelli, autor de "A Magia e a Loucura", extensa biografia do astro (já publicada no Brasil pela editora Globo), afirma que não acredita nessa hipótese.
"É difícil separar fatos de fofocas. Michael Jackson passou por vários testes médicos nesses anos todos para fazer shows e prosseguir com a vida. A informação que eu tenho é a de que ele não tem [câncer]".
Sobre o mistério em torno da vida de Jackson e da dificuldade em obter informações precisas sobre o cantor, Taraborrelli diz que Jackson possui uma estratégia para se proteger.
"Nesses anos todos, ele nunca teve em torno de si as mesmas pessoas por muito tempo. Teve quase 20 empresários. As pessoas ficam perto por um período curto, por isso os jornalistas não conseguem cultivar fontes confiáveis", diz o autor, que afirma ter realizado cerca de 20 entrevistas com Jackson dos anos 70 até o início dos 90.
"Muitos dos seus assessores e empregados, com o tempo, acabam se sentindo lesados ou prejudicados e por isso passam rumores à imprensa. Mas eles logo são substituídos. E como ele dificilmente concede entrevistas, é quase impossível saber o que acontece em sua vida."
Laura Martin, que escreve para a "3AM Girls", coluna sobre celebridades do tabloide britânico "Daily Mirror", segue a mesma linha de raciocínio:
"É o maior nome do mundo das celebridades. Mas ninguém sabe o que ele está fazendo, é muito difícil ter algum contato com alguém próximo a ele".

Especulações com turnê
Como tudo o que envolve Michael Jackson, a turnê de 50 shows em Londres, marcada para iniciar em julho, motiva as mais variadas especulações.
Uma é a de que Jackson ainda não participou de nenhum dos ensaios com a equipe de músicos e dançarinos.
Outra é a de que o cantor estaria obrigado a cantar apenas por 13 minutos durante cada shows -ou seja, por cerca de duas horas o público seria brindado com vídeos, danças, explosões, vocalistas de apoio etc. (Os assessores da turnê não confirmam essas informações.)
Até agora, foi divulgada (em março) apenas a lista das canções que estarão nos espetáculos. Há hits como "Beat It", "Billie Jean" e "Wanna Be Startin" Somethin'", além de "Thriller", escolhida para fechar as apresentações.

Problemas financeiros
A turnê serviria também para Michael Jackson tapar um rombo em sua já não tão milionária fortuna. Em 2008, vendeu parte da propriedade em que estava localizado o rancho Neverland. O cantor ainda detém, em sociedade com a Sony, os direitos sobre cerca de 50% de 250 canções dos Beatles; em 1994, pagou US$ 22 milhões, cerca de R$ 43 milhões, para que uma acusação de abuso sexual de um menor fosse arquivada pela Justiça americana.
"Michael teve muitos problemas financeiros desde meados dos anos 90", afirma Taraborrelli. "Isso não é novo, ele sofreu com esse tipo de rumor há algum tempo. Não acho que ele esteja fazendo esses shows por dinheiro. Minha impressão é que ele deseja que seus filhos vejam quem ele é, um dos "performers" mais populares do mundo. Seus filhos praticamente nunca o viram no palco."
"Mas", completa o biógrafo do cantor, "não sei se ele vai conseguir realizar todas essas 50 apresentações".
(THIAGO NEY)


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