São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011 |
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João Cabral inédito Por decisão da filha do poeta, manuscrito inacabado com auto sobre a decadência de uma casa de farinha é trabalhado para virar livro em 2012 FABIO VICTOR DE SÃO PAULO Quase 12 anos após a morte de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), um manuscrito inédito do poeta começa a ser ordenado para virar livro. "A Casa de Farinha" é um auto, um texto dramático -assim como o poema mais famoso de João Cabral, "Morte e Vida Severina". O escritor, que perdeu a visão anos antes de morrer, não concluiu o material. Mas deixou 40 folhas manuscritas, com pesquisa, estudos e linhas gerais da trama, bem como os primeiros diálogos em versos. A peça mostra a incerteza dos trabalhadores de uma casa de farinha (local em que a mandioca é processada artesanalmente até virar farinha) ante o rumor de que o local vai ser engolido pelo progresso. A Folha teve acesso a um trecho do manuscrito (leia ao lado), a uma imagem da folha de rosto do material (com a letra de João Cabral, ao lado) e relata a história em torno desta raridade. Os inéditos, os únicos conhecidos de João Cabral, serão publicados no ano que vem pela Alfaguara. O acontecimento se deve à decisão de Inez Cabral de Melo, uma das filhas do escritor, de trazê-lo agora à luz. "Ele me entregou pouco antes de morrer e disse que eu fizesse o que quisesse." A ideia original de Inez era fazer um documentário. "Mas isso pode demorar, e senti que esse manuscrito merece ser mostrado", disse. Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: João Cabral falava sobre o projeto desde os anos 1960 Índice | Comunicar Erros |
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