da Agência Folha, em São Luís

Não é precisa a informação de quando e onde surgiu o Bumba-Meu-Boi. Os primeiros registros estão relacionados com a Civilização do Couro (séculos 17 e 18), que ocorreu com o aumento da criação de gado no Nordeste.
Na época, o Bumba-Meu-Boi era visto como uma brincadeira de escravos, que representava a relação de poder entre o branco e o negro.
"Pelo fato de os negros estarem numa posição de dominados na estrutura social, a festa do Bumba-Meu-Boi sofria preconceitos, sendo considerado uma brincadeira ruidosa e anarquista", disse Maria Michol Pinho de Carvalho, 48, diretora do Centro de Cultura Popular do Maranhão.
Ela afirmou que, em 1864, no "Jornal de Recife", foi publicado que o Bumba-Meu-Boi era "uma dança de um monte de negrotes, barulhenta e confusa". Na mesma época, entre 1861 e 1867, a manifestação foi proibida pela polícia.
Já neste século, durante os anos 50 e até o início dos 60, os grupos de bois não podiam se apresentar no centro da cidade, mas apenas na periferia. Segundo Maria Michol, a proibição ocorreu para evitar que a festa fosse um incômodo para as famílias mais abastadas.
O escritor Américo Azevedo Neto, 56, declarou que uma das razões para a proibição foi a folia e a miscigenação da festa, paralelo ao encontro religioso. Os grupos pagam promessas e são batizados no dia de São João. "Antigamente, os padres não aceitavam a relação da festa com religiosidade", disse.



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