DA SUCURSAL DO RIO

O segundo leilão do ano da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, que acontece amanhã, não tem uma obra como "Mulher com Gato", de Di Cavalcanti, vendida no leilão de abril por R$ 980 mil. Mas tem preciosidades de valor médio (para os padrões do mercado de arte) que chamam a atenção.
"Um dos grandes destaques é "Copacabana Não me Engana", painel do Jorge Guinle [Filho] que ficou anos no Copacabana Palace e pode interessar a grandes colecionadores", diz Jones Bergamin, presidente da Bolsa de Arte. A pintura, de 1984, está avaliada entre R$ 80 mil e R$ 90 mil.
O leilão será realizado no mesmo hotel que abrigava o painel do artista. Outros 149 trabalhos estarão à venda. Entre os de maior valor, estão "Folhagem", de Cícero Dias (de R$ 120 mil a R$ 160 mil); "Mulher com Colar e Flor no Cabelo", de Di Cavalcanti (de R$ 200 mil a R$ 250 mil); e "Enterro", de Candido Portinari (de R$ 250 mil a R$ 350 mil).
Mas Bergamin ressalta a força dos trabalhos em papel, normalmente vistos como inferiores às pinturas. Avaliado entre R$ 14 mil e R$ 18 mil, "Figura Sentada", de Ione Saldanha, é uma jóia destacada. "A mulher que está retratada é ninguém menos do que [a pintora portuguesa] Maria Helena Vieira da Silva. Essa obra é uma raridade", exalta ele.
Entre as poucas esculturas, está "Quadrado/Espaço Circular", de Franz Weissmann, morto no último dia 18, aos 93 anos. "É comum haver valorização da obra de um artista que acabou de morrer. Mas essa escultura tem importância de qualquer forma, pois é da época [1958] do Grupo Frente", diz.