|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FESTIVAIS
Reading 98 celebra a volta do New Order
LUCIANO VIANNA
VALERIA ROSSI
especial para a Folha, em Reading
Um dos festivais de música pop
mais tradicionais do mundo, o
Reading Festival encerrou o verão
musical inglês no último final de
semana de agosto espalhando centenas de bandas por quatro palcos.
A cidade de Reading (40 minutos
de Londres de trem) recebeu cerca
de 30 mil pessoas em cada um de
seus três dias.
A grande atração deste ano foi a
volta do grupo New Order, que tocou no domingo retrasado. Mas
Prodigy (com um Keith Flynt de
visual renovado, ostentando uma
lustrosa careca), Beastie Boys, Garbage, Page & Plant e Foo Fighters,
entre outras grandes atrações,
também chamaram a atenção.
Quem mexeu mesmo com a platéia foi o New Order. A volta oficial
do grupo aos palcos (que deveria
ter sido em julho, no Phoenix Festival, cancelado devido a uma inexpressiva venda de ingressos) foi
uma grande celebração.
O Sol ia se pondo por trás dos telões quando os quatro integrantes
surgiram no palco, no domingo.
Fãs de todas as idades gritavam o
nome da banda e eram correspondidos pelos normalmente frios
músicos com amigáveis sorrisos.
Ironicamente, foi no mesmo palco principal do Reading Festival,
em 1993, que a banda apresentou
seu último show oficial.
Com os primeiros acordes de
"Regret", o vocalista Bernard
Sumner deu a senha para a festa
começar. Visivelmente excitados
com a volta, os músicos deram um
show de espontaneidade.
Antes de começar a terceira música, Sumner avisou que tocaria algumas canções antigas. Chegava
"Isolation", a primeira das cinco
músicas do Joy Division apresentadas pela banda no Reading.
O espírito de Ian Curtis definitivamente baixou no festival com
"Ceremony", "Shadowplay" e
"Heart and Soul" e culminou com
"Love Will Tear Us Apart".
Curtis se foi, e o grupo desfilou
hits como "Confusion", "Bizarre
Love Triangle" e "True Faith".
Depois de alguns minutos de gritaria do público, os músicos voltaram para tocar "Blue Monday".
A banda ainda voltou novamente
e trouxe junto Keith Allen, um jogador de futebol inglês, para terminar com "World in Motion", hino da seleção inglesa, em 94.
Menos feliz foi o clima entre o
Prodigy e os Beastie Boys. As duas
bandas foram escaladas como as
principais atrações do sábado.
O Prodigy tocou primeiro. Quase
no fim do espetáculo, o vocalista
Maxim disse à platéia que os "clones" dos Beastie Boys haviam pedido para excluir a música "Smack
My Bitch Up" por considerá-la
ofensiva e avisou: "I do the fuck I
want" (Faço o que quero).
A seguir, os Beastie Boys colocaram mais lenha na fogueira. Ad
Rock disse gostar muito do Prodigy, mas opinou que a apologia à
violência na letra da música não é
legal. Polêmicas à parte, os shows
das duas bandas foram brilhantes.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|