São Paulo, terça, 8 de setembro de 1998

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FESTIVAIS
Reading 98 celebra a volta do New Order

LUCIANO VIANNA
VALERIA ROSSI
especial para a Folha, em Reading

Um dos festivais de música pop mais tradicionais do mundo, o Reading Festival encerrou o verão musical inglês no último final de semana de agosto espalhando centenas de bandas por quatro palcos.
A cidade de Reading (40 minutos de Londres de trem) recebeu cerca de 30 mil pessoas em cada um de seus três dias.
A grande atração deste ano foi a volta do grupo New Order, que tocou no domingo retrasado. Mas Prodigy (com um Keith Flynt de visual renovado, ostentando uma lustrosa careca), Beastie Boys, Garbage, Page & Plant e Foo Fighters, entre outras grandes atrações, também chamaram a atenção.
Quem mexeu mesmo com a platéia foi o New Order. A volta oficial do grupo aos palcos (que deveria ter sido em julho, no Phoenix Festival, cancelado devido a uma inexpressiva venda de ingressos) foi uma grande celebração.
O Sol ia se pondo por trás dos telões quando os quatro integrantes surgiram no palco, no domingo.
Fãs de todas as idades gritavam o nome da banda e eram correspondidos pelos normalmente frios músicos com amigáveis sorrisos.
Ironicamente, foi no mesmo palco principal do Reading Festival, em 1993, que a banda apresentou seu último show oficial.
Com os primeiros acordes de "Regret", o vocalista Bernard Sumner deu a senha para a festa começar. Visivelmente excitados com a volta, os músicos deram um show de espontaneidade.
Antes de começar a terceira música, Sumner avisou que tocaria algumas canções antigas. Chegava "Isolation", a primeira das cinco músicas do Joy Division apresentadas pela banda no Reading.
O espírito de Ian Curtis definitivamente baixou no festival com "Ceremony", "Shadowplay" e "Heart and Soul" e culminou com "Love Will Tear Us Apart".
Curtis se foi, e o grupo desfilou hits como "Confusion", "Bizarre Love Triangle" e "True Faith".
Depois de alguns minutos de gritaria do público, os músicos voltaram para tocar "Blue Monday".
A banda ainda voltou novamente e trouxe junto Keith Allen, um jogador de futebol inglês, para terminar com "World in Motion", hino da seleção inglesa, em 94.
Menos feliz foi o clima entre o Prodigy e os Beastie Boys. As duas bandas foram escaladas como as principais atrações do sábado.
O Prodigy tocou primeiro. Quase no fim do espetáculo, o vocalista Maxim disse à platéia que os "clones" dos Beastie Boys haviam pedido para excluir a música "Smack My Bitch Up" por considerá-la ofensiva e avisou: "I do the fuck I want" (Faço o que quero).
A seguir, os Beastie Boys colocaram mais lenha na fogueira. Ad Rock disse gostar muito do Prodigy, mas opinou que a apologia à violência na letra da música não é legal. Polêmicas à parte, os shows das duas bandas foram brilhantes.



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