São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

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CD's

Jazz
Révérence
HENRI SALVADOR
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: bom
Diz uma lenda, repetida especialmente na França, que a canção "Dans Mon Île", de Henri Salvador, teria influenciado Tom Jobim na criação da bossa nova. Tenha ou não fundamento essa tese, a ligação do cantor e compositor (morto em fevereiro, aos 90 anos) com a música brasileira ficou registrada de forma elegante em seu último álbum, lançado na Europa em 2006. Oito das 16 faixas foram gravadas no Rio, com arranjos de Jaques Morelenbaum. Cantando em duo com Salvador, participam os brasileiros Caetano Veloso (em "Cherche La Rose"), Gilberto Gil ("Tu Sais Je Vais T'Aimer") e Rosa Passos ("Que Reste-t-il de Nos Amours"), além de um discreto João Donato ao piano.
POR QUE OUVIR: Pela beleza das canções ou até para conhecer outro grande nome da cena mundial que reverenciou a música brasileira. (CARLOS CALADO)

Reggae
Funk Milk Riddim
DIGITALDUBS
Gravadora:
Muzamba Música; Quanto: R$ 15 (www.digitaldubs.com.br);
Avaliação: bom
Principal equipe de som carioca especializada em reggae e suas vertentes, o trio de produtores Digitaldubs explora, em seu terceiro disco, as semelhanças entre o funk carioca e o dancehall jamaicano (uma espécie de reggae para as pistas), algo que o grupo já vinha esboçando em seus trabalhos anteriores. Aqui, uma mesma base instrumental, que une a batida do funk ao baixo e efeitos típicos da música jamaicana, é usada por 14 cantores e MCs -prática chamada de "riddim". A partir dela, cada convidado do trio constrói sua faixa: Duda do Borel nos transporta a um baile funk em "O Comédia Vacilou", enquanto o ganense Nabby Clifford segue fiel ao dancehall em "Rub-a-dub Partner", nas melhores músicas do disco. Mas faltou Mr. Catra, antigo colaborador do trio.
POR QUE OUVIR: Pelo diálogo que o disco promove entre os dois gêneros, mas que não deve agradar a quem não tem um mínimo de simpatia pela música jamaicana. (BRUNA BITTENCOURT)

MPB
Naturalmente
MARGARETH MENEZES
Gravadora:
MZA; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: regular
A Margareth Menezes que se ouve neste disco é intimista, bem diferente da que faz barulho em grandes palcos e trios elétricos. Mas a tecladaria que embasa as muitas baladas -além de um samba aqui e um xote acolá- deixa pastoso e maçante um repertório que já não é nenhuma maravilha. Com arranjos menos melosos, as boas faixas "Mulher de Coronel" (canção pouco conhecida de Gilberto Gil), "Abuso de Poder", "O Perdão", "Febre" e "Matança" ficariam bem melhores. Outras canções só podem ser entendidas no campo das idiossincrasias da intérprete, como a opção de regravar "Foi Deus Quem Fez Você", sucesso da cantora Amelinha, que jazia em paz desde os anos 80.
POR QUE OUVIR: Para quem gosta da cantora baiana, vale ouvi-la nesse momento menos ruidoso. (LUIZ FERNANDO VIANNA)


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