São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

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Música

Ex-Kraftwerk mistura sons e imagens em show

Karl Bartos, do grupo alemão que inventou a eletrônica, mostra amanhã em SP seu espetáculo multimídia

Músico, que é professor em universidade em Berlim, vai apresentar faixas de seu antigo grupo, como "The Robots" e "Man-Machine"


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos anos 1970 e 1980, Karl Bartos fez parte do Kraftwerk, grupo que construiu os alicerces da música eletrônica moderna. Hoje com 56 anos, esse alemão ainda se dedica a abrir novos caminhos, ao unir num mesmo processo a composição musical e a criação em vídeo.
Sua proposta é diferente da de um VJ que coloca imagens para ilustrar a apresentação de um DJ; o que Bartos propõe é a composição de som e vídeo ao mesmo tempo. É o que ele ensina na Universidade de Artes de Berlim (a disciplina criada por ele se chama "estudos do som" e foca em comunicação acústica e design de mídia).
E é o que ele mostrará no Brasil a partir de amanhã -Bartos toca no Clash, em São Paulo (quinta, a partir das 23h); depois, vai a Brasília (Trend Lounge; sexta) e Porto Alegre (Bar Opinião; sábado).
"Com novas tecnologias e o aparecimento de softwares baratos, é possível compor linhas musicais e visuais ao mesmo tempo", afirma o músico. "Se, no passado, fazia-se um clipe em cima de uma música, meus estudantes produzem os dois ao mesmo tempo, desde o começo. Começam, por exemplo, com uma imagem abstrata -pode ser um retângulo que se move na horizontal- e uma batida eletrônica. Essa imagem está integrada à música. Isso está acontecendo porque há tecnologia específica, e os jovens estão colocando as mãos nessa tecnologia."
Bartos chama suas apresentações de "live cinema" -"música visual, mas tem gente que classifica como visual jazz", ele diz. "Desde os anos 1970 trabalho com imagens e música, portanto não é algo extremamente novo, mas é algo que se desenvolveu muito com os anos." Para Bartos, há um nicho de mercado se consolidando: "Há muitos novos trabalhos para músicos em torno de várias mídias, como internet, filmes, TV.
Há uma demanda grande por educação nesses setores".
Mudou até mesmo como o músico é visto: "Há muita gente nova que faz música, mas que não conhece música -não são como nós, no passado, que sabíamos teoria musical. Essas novas pessoas apenas possuem um computador e software e estão se movendo para o mundo visual. Nem chamaria de músicos, mas de artistas jovens do meio digital. Fazem design de som para filmes, TV etc.".

"The Robots"
Baterista por formação, Bartos é fascinado pelo "ritmo das imagens". Nas apresentações "live cinema", que fará no Brasil, ele estará ao lado de Mathias Black, que o acompanhará na manipulação ao vivo de som e vídeo.
No palco, Bartos toca algumas músicas da época em que estava no Kraftwerk, como "The Robots" e "Man-Machine", entre outras. "Escrevi uma canção como "The Robots", e ela ainda funciona [na pista]. Estávamos na hora certa, no lugar certo", diz, sobre o Kraftwerk. "Tivemos sorte, apenas isso."


KARL BARTOS
Quando: amanhã, a partir das 23h
Onde: Clash (r. Barra Funda, 969; SP; tel. 0/xx/11/3661-1500)
Quanto: de R$ 40 (mulher) a R$ 60 (homem)
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 18 anos




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