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FILMES DE HOJE
DOCUMENTÁRIO
Série desfaz idéia de "pai da aviação"
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma série com o título "100
Anos de Aviação" tende a
ofender os brios dos brasileiros
ultranacionalistas, aqueles que
acham que o tal centenário deveria acontecer apenas em 1906.
Apesar desse potencialmente explosivo detalhe, o episódio da série que mais poderia provocar polêmica, "Asas do Sul", é extremamente equilibrado.
O que não quer dizer que não se
tome posição. Para os EUA, como
aliás para o resto do mundo, o primeiro vôo de uma aeronave mais
pesada que o ar foi obra dos irmãos Wilbur e Orville Wright em
dezembro de 1903. Para os fãs
apaixonados do brasileiro Alberto Santos-Dumont, argumentando com detalhes técnicos preciosistas, o tal vôo só teria acontecido
em 1906.
O vôo de Santos-Dumont no
avião 14-Bis em 23 de outubro de
1906 em Paris foi homologado oficialmente como o primeiro. Mas
os Wright já vinham secretamente fazendo seus vôos, o primeiro
deles em 17 de dezembro de 1903.
O brasileiro era um dândi filantropo. Os americanos eram perfeitos capitalistas. O brasileiro de
família rica doava o dinheiro de
prêmios aeronáuticos. Os americanos queriam registrar patentes.
O brasileiro teria horror ao uso
militar do avião. Os americanos já
em 1905 tentaram vender um
avião ao Exército dos EUA.
Esses aspectos da vida desses
aviadores ajudam a explicar a paixão que o tema ainda suscita no
Brasil. Santos-Dumont tende a
despertar mais simpatia que os
ambiciosos Wright.
O episódio "Asas do Sul" é útil
para os brasileiros aprenderem
que havia pioneiros da aviação
nos países vizinhos. É o caso de
Alberto Braniff, que em 8 de janeiro de 1910 sobrevoou a cidade do
México com um avião francês.
Ao conhecer os fatos apresentados em documentários como esses, fica claro que não existiu um
"pai da aviação", que o progresso
na área resultou do acúmulo de
avanços de muitos pioneiros. Pena que os nacionalismos gritem
mais alto.
100 Anos de Aviação
Quando: de hoje a 14/12, às 21h, no
Discovery Channel
Obediência devida
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que "Glória Feita de
Sangue" é para o Exército francês, na Primeira
Guerra, "Morte sem Glória" (Telecine Classic) é para o americano na Segunda.
Ou antes, ambos servem
para qualquer Exército.
Ou antes ainda, não estamos aqui num caso de Estado Maior, mas no de um
sistema, que é o da obediência devida, como se dizia na
Argentina: tudo se organiza
para a defesa dos oficiais, e
quanto mais superiores eles
forem, mais irrestrita é a
proteção.
Aqui, o tenente Jack Palance lidera um comando
que, por vingança, um superior manda defender
uma posição inóspita, apenas para abandonar os homens à própria sorte.
Consta que o Exército
americano não colaborou
na realização do filme. É
compreensível.
FILMES
Olha Quem Está Falando Agora!
Globo, 15h30.
(Look Who's Talking Now). EUA, 93, 95
min. Direção: Tom Ropelewski. Com
John Travolta, Kirstie Alley. No primeiro
filme da série ("Olha Quem Está
Falando", 1989), Travolta guiava um táxi
e um bebê falava. Nesta primeira
sequência, Travolta guia um avião e
quem fala são os cachorros. E nem ao
menos Travolta late.
Fora de Controle
Record, 21h.
(Out of Control). EUA, 97, 90 min.
Direção: Richard Trevor. Com Sean
Young, Tom Conti. Pobre Sean Young:
envolvida com um filme menor e
arrastando atrás de si um passado
duvidoso e um futuro perigoso. Inédito.
O Observador
Globo, 22h30.
(The Watcher). EUA, 2000, 97 min.
Direção: Joe Charbanic. Com James
Spader, Marisa Tomei, Keanu Reeves. Em
baixa de prestígio, policial tenta prender
o mesmo "serial killer" que há tempos lhe
escapou das mãos. Pé atrás. Inédito.
Intercine
Globo, 2h35.
Para começar a semana, ficamos com o
favorito dos votantes, entre "O Homem
que Sabia Demais" (56, de Alfred
Hitchcock, com James Stewart, Doris
Day) e "A Última Missão" (73, de Hal
Ashby, com Jack Nicholson, Otis Young).
Para votar no primeiro filme, liga-se
0800-70-9011; o número para votar no
segundo filme é 0800-70-9012 (o que
vale em todas as sessões, de segunda a
sexta).
(IA)
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