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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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FILMES DE HOJE

DOCUMENTÁRIO

Série desfaz idéia de "pai da aviação"

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma série com o título "100 Anos de Aviação" tende a ofender os brios dos brasileiros ultranacionalistas, aqueles que acham que o tal centenário deveria acontecer apenas em 1906. Apesar desse potencialmente explosivo detalhe, o episódio da série que mais poderia provocar polêmica, "Asas do Sul", é extremamente equilibrado.
O que não quer dizer que não se tome posição. Para os EUA, como aliás para o resto do mundo, o primeiro vôo de uma aeronave mais pesada que o ar foi obra dos irmãos Wilbur e Orville Wright em dezembro de 1903. Para os fãs apaixonados do brasileiro Alberto Santos-Dumont, argumentando com detalhes técnicos preciosistas, o tal vôo só teria acontecido em 1906.
O vôo de Santos-Dumont no avião 14-Bis em 23 de outubro de 1906 em Paris foi homologado oficialmente como o primeiro. Mas os Wright já vinham secretamente fazendo seus vôos, o primeiro deles em 17 de dezembro de 1903.
O brasileiro era um dândi filantropo. Os americanos eram perfeitos capitalistas. O brasileiro de família rica doava o dinheiro de prêmios aeronáuticos. Os americanos queriam registrar patentes. O brasileiro teria horror ao uso militar do avião. Os americanos já em 1905 tentaram vender um avião ao Exército dos EUA.
Esses aspectos da vida desses aviadores ajudam a explicar a paixão que o tema ainda suscita no Brasil. Santos-Dumont tende a despertar mais simpatia que os ambiciosos Wright.
O episódio "Asas do Sul" é útil para os brasileiros aprenderem que havia pioneiros da aviação nos países vizinhos. É o caso de Alberto Braniff, que em 8 de janeiro de 1910 sobrevoou a cidade do México com um avião francês.
Ao conhecer os fatos apresentados em documentários como esses, fica claro que não existiu um "pai da aviação", que o progresso na área resultou do acúmulo de avanços de muitos pioneiros. Pena que os nacionalismos gritem mais alto.


100 Anos de Aviação
    
Quando: de hoje a 14/12, às 21h, no Discovery Channel


Obediência devida

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que "Glória Feita de Sangue" é para o Exército francês, na Primeira Guerra, "Morte sem Glória" (Telecine Classic) é para o americano na Segunda. Ou antes, ambos servem para qualquer Exército.
Ou antes ainda, não estamos aqui num caso de Estado Maior, mas no de um sistema, que é o da obediência devida, como se dizia na Argentina: tudo se organiza para a defesa dos oficiais, e quanto mais superiores eles forem, mais irrestrita é a proteção.
Aqui, o tenente Jack Palance lidera um comando que, por vingança, um superior manda defender uma posição inóspita, apenas para abandonar os homens à própria sorte.
Consta que o Exército americano não colaborou na realização do filme. É compreensível.

FILMES

Olha Quem Está Falando Agora!
Globo, 15h30.

(Look Who's Talking Now). EUA, 93, 95 min. Direção: Tom Ropelewski. Com John Travolta, Kirstie Alley. No primeiro filme da série ("Olha Quem Está Falando", 1989), Travolta guiava um táxi e um bebê falava. Nesta primeira sequência, Travolta guia um avião e quem fala são os cachorros. E nem ao menos Travolta late.

Fora de Controle
Record, 21h.

(Out of Control). EUA, 97, 90 min. Direção: Richard Trevor. Com Sean Young, Tom Conti. Pobre Sean Young: envolvida com um filme menor e arrastando atrás de si um passado duvidoso e um futuro perigoso. Inédito.

O Observador
Globo, 22h30.

(The Watcher). EUA, 2000, 97 min. Direção: Joe Charbanic. Com James Spader, Marisa Tomei, Keanu Reeves. Em baixa de prestígio, policial tenta prender o mesmo "serial killer" que há tempos lhe escapou das mãos. Pé atrás. Inédito.

Intercine
Globo, 2h35.

Para começar a semana, ficamos com o favorito dos votantes, entre "O Homem que Sabia Demais" (56, de Alfred Hitchcock, com James Stewart, Doris Day) e "A Última Missão" (73, de Hal Ashby, com Jack Nicholson, Otis Young). Para votar no primeiro filme, liga-se 0800-70-9011; o número para votar no segundo filme é 0800-70-9012 (o que vale em todas as sessões, de segunda a sexta). (IA)


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