São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

Cinecromáticos se equiparam aos móbiles de Calder

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, Abraham Palatnik cresceu e se educou em Tel Aviv, na Palestina, onde estudou artes e mecânica, especializando-se em motores a explosão. Voltou definitivamente ao Brasil em 1947 e, no ano seguinte, mostrou pela primeira vez suas telas em uma exposição no Rio de Janeiro. Porém logo abandonaria a pintura quando, junto do artista e amigo Almir Mavignier, passou a acompanhar o trabalho da doutora Nise da Silveira com os internos do hospital psiquiátrico do Engenho de Dentro.
Diante de desenhos e pinturas de expressividade assombrosa, Palatnik entra em crise, da qual vai sair em 1951 ao produzir seu primeiro aparelho cinecromático. Desde o início do século, com Duchamp e Man Ray, máquinas ópticas e cinéticas compunham o campo de experimentação artística, mas a relação que os críticos apontam como essencial para a obra de Palatnik é com os móbiles de Calder, outro exemplo de arte no tempo.
Em 1954, cria a fábrica Arteviva, integrando arte e cotidiano. Ali são produzidos desde utilitários em série até peças de design únicas, como a bela poltrona com uma pintura sobre vidro acoplada ao encosto. Em uma das primeiras mostras de arte concreta no MAM do Rio, o artista expõe seus móveis junto com as outras obras.
Sempre sob a condição de não concorrer aos prêmios, apresenta nas bienais de 1953 e 1955 novos aparelhos cinecromáticos que, junto dos objetos cinéticos e das progressões, que Palatnik inicia nos anos 60, configuram as três famílias de trabalhos com que lida ao longo de sua carreira, até hoje.


Texto Anterior: Palatnik inventa uma ciência do lúdico
Próximo Texto: Cinema: Falta de dados distorce cota de tela, afirma exibidor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.