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SAIBA MAIS
Cinecromáticos se equiparam aos móbiles de Calder
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nascido em Natal, no Rio
Grande do Norte, Abraham
Palatnik cresceu e se educou
em Tel Aviv, na Palestina,
onde estudou artes e mecânica, especializando-se em
motores a explosão. Voltou
definitivamente ao Brasil em
1947 e, no ano seguinte,
mostrou pela primeira vez
suas telas em uma exposição
no Rio de Janeiro. Porém logo abandonaria a pintura
quando, junto do artista e
amigo Almir Mavignier,
passou a acompanhar o trabalho da doutora Nise da Silveira com os internos do
hospital psiquiátrico do Engenho de Dentro.
Diante de desenhos e pinturas de expressividade assombrosa, Palatnik entra em
crise, da qual vai sair em 1951
ao produzir seu primeiro
aparelho cinecromático.
Desde o início do século,
com Duchamp e Man Ray,
máquinas ópticas e cinéticas
compunham o campo de experimentação artística, mas
a relação que os críticos
apontam como essencial para a obra de Palatnik é com
os móbiles de Calder, outro
exemplo de arte no tempo.
Em 1954, cria a fábrica Arteviva, integrando arte e cotidiano. Ali são produzidos
desde utilitários em série até
peças de design únicas, como a bela poltrona com uma
pintura sobre vidro acoplada ao encosto. Em uma das
primeiras mostras de arte
concreta no MAM do Rio, o
artista expõe seus móveis
junto com as outras obras.
Sempre sob a condição de
não concorrer aos prêmios,
apresenta nas bienais de
1953 e 1955 novos aparelhos
cinecromáticos que, junto
dos objetos cinéticos e das
progressões, que Palatnik
inicia nos anos 60, configuram as três famílias de trabalhos com que lida ao longo
de sua carreira, até hoje.
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