São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010 |
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CRÍTICA DANCE MUSIC Com mesmos ingredientes, Black Eyed Peas erra mão Sexto disco do quarteto mostra o esgotamento da fórmula que fez hits MARCO AURÉLIO CANÔNICO EDITOR DE FOTOGRAFIA A dance music vive um bom momento comercial e criativo nos últimos anos, e o Black Eyed Peas é um dos pontas de lança do gênero, logo atrás de Lady Gaga. O quarteto californiano chegou ao seu ápice com dois discos de grande sucesso, em sequência -"Monkey Business", de 2005, puxado pelo hit "My Humps", e "The E.N.D.", de 2009, catapultado por "I Gotta Feeling". O problema é que, após chegar ao topo, resta a descida -e, a julgar por seu novo CD, "The Beginning", o Black Eyed Peas já começou seu caminho ladeira abaixo. No seu sexto álbum, a banda segue as fórmulas que funcionaram antes para criar música eletrônica para as pistas e rádios, mas não crava um hit grudento como seus anteriores e erra mais do que acerta nas 12 faixas. HITS ALHEIOS E GUETTA Na busca pela batida perfeita, o BEP voltou a trabalhar com o DJ e produtor David Guetta (o responsável por "I Gotta Feeling"), e a única música do disco que tem sua produção -"The Best One Yet (The Boy)"- faz jus ao título: é a melhor até então (e olha que é a décima faixa). Outra muleta a que a banda recorre são os samples de sucessos antigos. O clássico dance "Give it Up" (KC & The Sunshine Band) é citado em "Love You Long Time"; "The Time", que a banda mostrou nos shows brasileiros, tem a base e o refrão da oscarizada "(I"ve Had) The Time of My Life" (do filme "Dirty Dancing"). Há ainda duas ou três canções feitas para destacar a loira Fergie, como "Whenever", uma balada acústica intercalada com batidas eletrônicas, altamente radiofônica. As letras seguem o esquema padrão: clima "a vida é uma festa", promessas de amor de noitada, corinhos de "eh, oh" (de olho nas plateias dos shows) e a autocongratulação típica dos rappers, a cargo de will.i.am, o líder. MÚSICA PARA PISTAS Como todo CD de dance music comercial, "The Beginning" não foi feito para ser ouvido de cabo a rabo, de uma única vez -fazê-lo só reforça a sensação de repetição entre as faixas. Mais do que um conjunto com unidade, o disco é um ajuntamento de músicas individuais feitas como trilha de noitada. Se uma ou duas canções virarem hits, o CD cumpre seu propósito. Sob essa ótica, então, o Black Eyed Peas entrega o que seus fãs esperam. Mas o faz de forma bem menos inspirada do que antes. THE BEGINNING ARTISTA Black Eyed Peas GRAVADORA Universal QUANTO R$ 29,90, em média AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Opinião: Morbidez da meninada de hoje é de assustar velhos vampiros Próximo Texto: Música: CDs Índice | Comunicar Erros |
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