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GASTRONOMIA
Bons vinhos austrais brotam da Patagônia
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Não é de estranhar que quase
a totalidade dos vinhos argentinos disponíveis no Brasil seja oriunda de Mendoza. Afinal, a província encostada na Cordilheira dos Andes, a oeste do país, possui cerca de 150 mil hectares de parreiras (aproximadamente
40% dos vinhedos sul-americanos), das quais brotam mais de
70% dos vinhos platinos.
Mas o país também produz bons goles em outras áreas, como
no Alto Vale do Rio Negro, bem mais ao sul. A região ocupa a base
do triângulo que forma a Patagônia, cujo vértice oposto enfrenta
as frias águas do estreito de Magalhães, encerrando a parte continental do Cone Sul.
Dedicado à produção de frutas
(como maçãs e pêras), o vale abriga também cerca de 5.000 hectares de videiras, que, localizados à
mesma altura dos parreirais da
Nova Zelândia e da Tasmânia, na
Austrália, integram com os dessas
ilhas do Pacífico o time dos vinhedos mais austrais do planeta.
Uma leva desses vinhos da Patagônia, os da vinícola Humberto
Canale (fundada em 1913 e pioneira na região), acabou de pousar na cidade. Na linha básica da casa Diego Murillo, há um bom
branco, o Torrontés 2002, de corpo médio, com perfume floral e
de frutas tropicais. Já na ala intermediária da adega, sobressai um
tinto, o Humberto Canale Merlot
2000, que mostra taninos firmes e
forte tempero de madeira, sustentado por boa fruta.
O destaque fica com dois belos
tintos Gran Reserva 2001: o Merlot, tânico ainda, mas de aroma e
sabor intenso que combina baunilha e especiaria com toques de
framboesa e groselhas; e o Malbec, mais complexo e macio, de
características similares, mas adicionadas de pinceladas de couro e
chocolate, que marcam seu final.
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