São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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GASTRONOMIA

Bons vinhos austrais brotam da Patagônia

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Não é de estranhar que quase a totalidade dos vinhos argentinos disponíveis no Brasil seja oriunda de Mendoza. Afinal, a província encostada na Cordilheira dos Andes, a oeste do país, possui cerca de 150 mil hectares de parreiras (aproximadamente 40% dos vinhedos sul-americanos), das quais brotam mais de 70% dos vinhos platinos.
Mas o país também produz bons goles em outras áreas, como no Alto Vale do Rio Negro, bem mais ao sul. A região ocupa a base do triângulo que forma a Patagônia, cujo vértice oposto enfrenta as frias águas do estreito de Magalhães, encerrando a parte continental do Cone Sul.
Dedicado à produção de frutas (como maçãs e pêras), o vale abriga também cerca de 5.000 hectares de videiras, que, localizados à mesma altura dos parreirais da Nova Zelândia e da Tasmânia, na Austrália, integram com os dessas ilhas do Pacífico o time dos vinhedos mais austrais do planeta.
Uma leva desses vinhos da Patagônia, os da vinícola Humberto Canale (fundada em 1913 e pioneira na região), acabou de pousar na cidade. Na linha básica da casa Diego Murillo, há um bom branco, o Torrontés 2002, de corpo médio, com perfume floral e de frutas tropicais. Já na ala intermediária da adega, sobressai um tinto, o Humberto Canale Merlot 2000, que mostra taninos firmes e forte tempero de madeira, sustentado por boa fruta.
O destaque fica com dois belos tintos Gran Reserva 2001: o Merlot, tânico ainda, mas de aroma e sabor intenso que combina baunilha e especiaria com toques de framboesa e groselhas; e o Malbec, mais complexo e macio, de características similares, mas adicionadas de pinceladas de couro e chocolate, que marcam seu final.


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