São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2005

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Diretora trata conflito a partir de visão pessoal

ESPECIAL PARA A FOLHA

Notícias do conflito entre Israel e Palestina chegam até nós por meio de imagens descontextualizadas transmitidas pela mídia. Explosões têm exibição garantida nas TVs da maior parte do mundo. O mesmo não pode ser dito de trabalhos que procuram um viés crítico.
"Muro", filme de Simone Bitton, premiado em 2004 nos Festivais de Jerusalém, em Pésaro (Itália) e Marselha (França), oferece um contraponto relevante nessa guerra simbólica.
Simone Bitton reúne em si mesma diversas facetas do conflito. A diretora se define como árabe, judia e francesa, uma identidade ameaçada nos tempos que correm.
Bitton nasceu no Marrocos em 1955, numa família judia que em 1976 migrou para Israel. Nos anos 80, depois de servir o Exército, migrou para a França, onde se formou em cinema.
Seu filme trata o conflito a partir de um registro pessoal. É como se a construção do muro desafiasse a integridade de sua personalidade, forjada em uma bem-vinda confluência cultural.
O filme acompanha a construção da muralha que "interrompe a visão, isola pedaços, dilacera vidas". Adota um tom quase existencial para representar um monumento à irracionalidade contemporânea. (EH)


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