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Diretora trata
conflito a partir de visão pessoal
ESPECIAL PARA A FOLHA
Notícias do conflito entre
Israel e Palestina chegam até
nós por meio de imagens
descontextualizadas transmitidas pela mídia. Explosões têm exibição garantida
nas TVs da maior parte do
mundo. O mesmo não pode
ser dito de trabalhos que
procuram um viés crítico.
"Muro", filme de Simone
Bitton, premiado em 2004
nos Festivais de Jerusalém,
em Pésaro (Itália) e Marselha (França), oferece um
contraponto relevante nessa
guerra simbólica.
Simone Bitton reúne em si
mesma diversas facetas do
conflito. A diretora se define
como árabe, judia e francesa,
uma identidade ameaçada
nos tempos que correm.
Bitton nasceu no Marrocos em 1955, numa família
judia que em 1976 migrou
para Israel. Nos anos 80, depois de servir o Exército, migrou para a França, onde se
formou em cinema.
Seu filme trata o conflito a
partir de um registro pessoal. É como se a construção
do muro desafiasse a integridade de sua personalidade,
forjada em uma bem-vinda
confluência cultural.
O filme acompanha a
construção da muralha que
"interrompe a visão, isola
pedaços, dilacera vidas".
Adota um tom quase existencial para representar um
monumento à irracionalidade contemporânea.
(EH)
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