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Crítica
Longa argentino ensina fidelidade que nos escapa
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O primeiro sinal da existência de um novo cinema argentino veio com "Pizza, Cerveja,
Cigarro" (TC Cult, 22h), dirigido por Adrián Caetano e Bruno Stagnaro, que foi feito em
1998 e ganhou um Festival de
Gramado.
O que temos ali é a vida de
um grupo de jovens de Buenos
Aires, nos momentos de plena
turbulência econômica vividos
pela Argentina. São pequenos
vigaristas fazendo pequenos
roubos. Mais explorados do
que bandidos. Uns errantes na
cidade errada, que a horas tantas decidem que precisam dar
um grande golpe.
Nada disso parece muito original, e de fato não seria. O que
torna este filme muito interessante é a espécie de fidelidade
que seus autores parecem ter
aos lugares e aos personagens
que filmam. É como se eles
-lugares e personagens- fossem o que há de decisivo na
operação, e nunca a filmagem
ou aqueles que filmam. Existe
uma fidelidade ao real que hoje
em dia nos escapa e que os argentinos nos ensinam.
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