São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011

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Produções são desprezadas pelos críticos

DE SÃO PAULO

Hugo Carvana, diretor de um dos filmes que estreará em 2011, "Não se Preocupe, Nada Vai Dar Certo", lembra que a tradição das comédias, no Brasil, vem desde a chanchada, gênero que teve seu auge entre 1930 e 1950.
"Tivemos altos e baixos, mas as comédias nunca acabaram", diz o cineasta e ator. "Mesmo durante a ditadura, quando havia vários filmes de resistência, tivemos comédias. Até um filme como "Macunaína" [de Joaquim Pedro de Andrade] era divertido."
O próprio Carvana lançou, em 1973, sob o regime militar, o provocador "Vai Trabalhar, Vagabundo". "A massa dos espectadores brasileiros, na hora de escolher o filme que vai ver, talvez prefira mesmo rir", arrisca ele.

PRISÃO PARA ELES
A comédia, por outro lado, sempre foi vítima de certo desprezo -seja ele de origem intelectual ou de classe social.
No livro "Este Mundo É um Pandeiro", sobre as comédias carnavalescas feitas nas décadas de 1940 e 1950, no Rio, o jornalista Sergio Augusto relata que, à época, um crítico chegou a insinuar que certos diretores do gênero, tamanha era sua sem-vergonhice, deveriam ser presos.
Isso, obviamente, ninguém mais diz. Mas o distribuidor Bruno Wainer, que lançará algumas das comédias deste ano, sabe que a resistência da crítica é inevitável. Isso, porém, não chega a tirar seu sono. "A crítica ignora as comédias e o público de comédias ignora a critica. O placar, portanto, é 0x0." (APS)


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