São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2005 |
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MÔNICA BERGAMO
"Sai daí, sai daí"
A saia justa da segunda-feira
de Carnaval, no Rio, ficou por
conta do encontro do ministro
Gilberto Gil, da Cultura, com
Paulinho da Viola. "Onde está
Paulinho? Quero ver Paulinho",
falava Gil no camarote em que
estavam os integrantes da Portela, em que Paulinho da Viola
acabara de desfilar. Seria o segundo encontro dos dois depois de um rompimento de dez anos -em 1995, Paulinho recebeu R$ 35 mil para cantar num Réveillon em tributo a Tom Jobim, enquanto Caetano, Gil, Gal e Chico Buarque receberam mais de R$ 100 mil. A diferença gerou polêmica e terminou no rompimento de todos com Paulinho. Ao encontrar Paulinho, Gil foi afetuoso: "E aí, meu nêgo? Belo desfile [da Portela]". Paulinho retribuiu, com gentileza: "Teve muito problemas, carros [alegóricos] quebrados...". Os fotógrafos tentavam registrar o encontro histórico. Foi quando Lila, mulher de Paulinho, resolveu agir: colocou um chapéu na frente dos dois para que a foto não fosse feita. "Sai daí, sai daí", pedia Cecília, filha de Paulinho e Lila, à mãe. "Não saio, não saio", respondia Lila. "Saaai!!!", insistia a filha. Paulinho ficou tenso. Gil fingia não ver nada. Marisa Monte, chamada para fazer uma foto com os dois, saiu de fininho. "Acho que ela não quer foto com a gente", disse Gil, rindo. "É, também acho", sorriu Paulinho. "Quero ficar famosa. Me ajuda?", pedia a Relações Públicas Betina Strozenberg aos humoristas Rodrigo Scarpa e Wellington Muniz, desprovidos da indumentária de Repórter Vesgo e Silvio Santos, no Sambódromo carioca. "Eu sou sósia da Heloísa Perissé e quero ser apresentadora de TV. Vocês podiam me entrevistar", sugeria. "Ela está falando sério ou está me zoando?", perguntava Rodrigo a Wellington. Ela: "É sério!". Ele: "Tira a roupa aqui no camarote que você vai ficar famosa (gargalhadas)". Ela: "Mas não quero a fama a qualquer preço. Não sou o estilo babaca de ser". A alguns metros dali, chegando ao camarote da Nova Schin, Tânia Kalil, a Nalva da novela "Senhora do Destino", ensinava um truque de passista, algumas horas antes de desfilar pela Grande Rio. "Faz 15 dias que não vou à pedicure, porque, para dançar, você precisa ficar com o pé meio cascudo mesmo. Se não, machuca muito". Tânia trocou o camarote da cervejaria pelo da Grande Rio à 1h. "O elenco combinou de se encontrar lá para irmos juntos para o desfile", disse. Em outro canto do camarote, Yasmin Brunet tentava se esconder dos fotógrafos atrás do namorado, Franco Amêndola. Na noite de domingo, Daniela Sarahyba tentava esconder o novo namorado dos flashes. Qual é o nome dele? "Ah, gente, não quero falar", disse. Ao final da noite, o rapaz ganhou até sobrenome: Wolff Klabin. Pelos corredores dos camarotes do Sambódromo, rodinhas e rodinhas de famosos. Marília Gabriela de braços dados com José Wilker. Miguel Falabella e Arlete Salles. Matheus Nachtergaele e Seu Jorge conversando, sentados no chão, à porta do banheiro masculino da Brahma. Edmundo e Romário. Max Fivelinha, de calção xadrez e óculos escuros, sambando sob os olhos antentos do ator Guiilherme Karan. Óculos escuros? "É que eu tô com uma cara meio carangajá", disse, franzindo o rosto e mostrando as rugas. Karan, que desfilou na Sapucaí por 18 anos, diz que pendurou as sandálias carnavalescas. "Me aposentei. Agora sou um senhor, né?" E na Bahia o tititi ficou por conta do teto do camarote de Daniela Mercury -que simplesmente desabou, deixando parte dos 1.500 convidados sob uma chuva torrencial. @ - bergamo@folhasp.com.br CONCENTRAÇÃO "Eu não li"
Depois de desfilar na Portela, no Rio, Marisa Monte foi
ao camarote Rio, Samba e
Carnaval. Falou que estava
fantasiada de portelense, nada mais, pediu para que a deixassem "relaxar" e falou rapidamente com a coluna sobre
o governo Lula e o fato de já
ter sido chamada de "picolé
de chuchu" -apelido dado
também ao governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin:
faz sucesso, mas não tem graça. Folha - Você já se manifestou criticamente sobre a governadora do Rio, Rosinha Matheus. E sobre o governo Lula? O que você está achando? Marisa Monte - Esse é um assunto para uma discussão mais aprofundada. Mas, na minha história pessoal, já passei por Fernando Collor, José Sarney. Com o governo Fernando Henrique Cardoso comecei a ver que algo mais interessante acontecia no Brasil. O Lula também representa algo mais bacana e legítimo. Mas não tenho a esperança de que um presidente possa mudar o Brasil. Acho que o que pode mudar o país são ações não-governamentais, o povo brasileiro. Folha - Uma revista ["Veja"]
afirmou em reportagem recente
que você é como um picolé de
chuchu, muito querida, mas sem
graça. Você ficou chateada? |
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