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EUA
Steven A. Cohen lidera grupo de jovens investidores que pagam valores exagerados em obras; coleção inclui Pollock e Warhol
Magnata de Wall Street inflaciona mercado das artes
LANDON THOMAS JR.
CAROL VOGEL
DO "NEW YORK TIMES"
Por mais de um século, titãs de
Wall Street investiram suas fortunas em arte, esperando que um
Monet ou um Cézanne ajudasse a
polir a imagem bruta de sua vida
nos negócios. Agora, jovens bilionários estão agitando o mercado
de arte, usando o capital para conquistar algumas das imagens
mais famosas do mundo.
O líder dessa nova leva de investidores é Steven A. Cohen, um
magnata dos fundos de hedge
avesso a publicidade que vive em
em Nova York e cuja renda atingiu os US$ 350 milhões (cerca de
R$ 931 milhões) em 2003 e cresceu ainda mais em 2004.
Ao longo dos cinco anos passados, Cohen, 48, gastou mais de
US$ 300 milhões montando uma
coleção que inclui um dos raros
quadros gestuais de Jackson Pollock, Monet, Manet, "Retrato de
uma Mulher Sentada" (Picasso),
"Super-Homem" (Andy Warhol)
e "Popeye" (Roy Lichtenstein).
"Ele tem envolvimento emocional, um ótimo olho e conhece as
obras em seu contexto. São os ingredientes necessários a um bom
colecionador", diz Donald B.
Marron, presidente do conselho
da Lightyear Capital e ex-presidente executivo da PaineWebber,
ele mesmo curador do Museu de
Arte Moderna de Nova York.
Cohen sempre está disposto a
pagar caro demais, segundo especialistas, para conseguir o que
quer. Quando circulam rumores
sobre a aquisição de um Pollock,
por US$ 52 milhões (cerca de R$
138 milhões), por exemplo, colecionadores de Los Angeles a São
Paulo não param de comentar sobre os preços pagos por Cohen
-que se recusou a ser entrevistado para esta reportagem.
"As compras dele definem o
ambiente para toda uma subcategoria de colecionadores que vêm
gastando dinheiro significativo",
diz Perry Rubenstein, comerciante de arte em Manhattan. Acompanhar as aquisições de Cohen se
tornou uma espécie de esporte.
Um homem baixinho e de presença nada imponente, Cohen
tem patrimônio líquido estimado
pela revista "Forbes" em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 5 bilhões) e cultiva uma aura de mistério. A despeito de sua posição como influente investidor, não posa para
fotos. Diferentemente de outros
magnatas, não usou sua coleção
como alavanca para entrar nos
círculos sociais de Manhattan ou
para obter lugar no conselho do
Metropolitan Museum of Art.
Mas é parte do comitê de aquisição de pinturas e esculturas do
Museu de Arte Moderna, primeiro passo para virar conselheiro.
"Steve atacou o mundo da arte
da mesma forma que ataca seus
negócios", diz David Ganek, ex-sócio de Cohen. O amor de Cohen
pela arte parece ter sido adquirido
recentemente. Começou a colecionar com seriedade cinco anos
atrás, iniciando com Manet e Monet antes de chegar ao reino da arte contemporânea. "Eu o colocaria no mesmo patamar que Geffen e Broad", diz o comerciante de
arte William Acquavella, se referindo a David Geffen, figurão de
Hollywood, e ao financista Eli
Broad, reconhecidos como dois
dos maiores colecionadores de arte moderna. "Eles podem ter mais
obras, mas não melhores. Cohen
é um colecionador apaixonado
que adora aprender. Não está
apenas decorando a casa."
Ele não é o único profissional
jovem que vem causando impacto no mercado. "O pessoal dos
fundos de hedge vem tendo impacto maior sobre o mercado que
gente como Saul Steinberg", diz
Richard Feigen, um comerciante
de arte que ajudou Steinberg a
formar sua coleção, nos anos 80.
Tradução Paulo Migliacci
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