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Crítica
Filme de Sandra Werneck atrai sem ser brilhante
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Filmes são objetos estranhos. Podem não interessar do
ponto de vista cinematográfico,
mas nos atrair por razões absolutamente extemporâneas.
Um romance sobre amor escrito desinteressantemente
sempre será um romance desinteressante. O "Pequeno Dicionário Amoroso" (Canal
Brasil, 12h) pode não ser a última palavra em narrativa cinematográfica, mas traz locais do
Rio de Janeiro que podem nos
interessar, traz um par de atores que é convincente-a atriz,
Andrea Beltrão, em particular,
consegue transmitir uma leveza e uma felicidade de existir
contagiantes.
Tudo isso compensa -compensa em parte, bem entendido- certas opções narrativas
duvidosas de Sandra Werneck,
como a de dividir o filme em
verbetes na ordem alfabética, o
que logo termina por denunciar a natureza de filme de esquete do "Dicionário", com
seus altos e baixos, que ora captam bem as agruras da vida
amorosa, ora simplesmente
passam de raspão.
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