São Paulo, quarta-feira, 09 de março de 2011 |
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Ortinho se aproxima do pop em CD de colaborações "Herói Trancado", disco do compositor pernambucano, tem parcerias com Arnaldo Antunes e Marcelo Jeneci RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Romantismo é a prova dos nove. Para o pernambucano Ortinho em seu terceiro CD, "Herói Trancado", o ar reflexivo e a moldura pop chegam como conclusão de pensamento e retrato do momento. "É algo que busco desde meus primeiros discos, mas agora me sinto cabendo mais", diz. "Uma liberdade de desviar do lado regionalista e vontade de experimentar esse outro lado, mais romântico, mais centrado." Surgido no celeiro pernambucano da cena mangue beat nos anos 90, com a banda Querosene Jacaré, Ortinho sempre teve como elementos a voz crua e letras áridas, sonoridades roqueiras e ímpeto repentista. Sem contradizer as origens no novo álbum, o compositor de Caruaru de 40 anos aproxima um sotaque que foi vigente no rock nacional com um momento particular da música pop brasileira. Gravado em São Paulo, o disco é exemplar representante dos modos colaborativos de nossa época, com participações do jovem pianista Vitor Araujo, Dengue e Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Vicente Machado e Chiquinho (Mombojó), Spok (Spok Frevo Orquestra), todos pernambucanos. Além dos guitarristas paulistas Edgard Scandurra e Luiz Chagas. Arnaldo Antunes aparece cantando em uma faixa e é coautor de três. No último CD de estúdio de Arnaldo, era Ortinho quem aparecia como compositor convidado, também em três faixas. Também personagem importante nessas composições é o tecladista Marcelo Jeneci, lançado solo há pouco com o elogiado "Feito pra Acabar". Com uma lírica rústica, na voz de Ortinho as canções "Café com Leite de Rosas" e "Pense Duas Vezes Antes de Esquecer" surgem como contraponto às versões doces do disco de Jeneci. Outras conexões se encontram na faixa-título: "Herói Trancado", além de composição de Ortinho, é um filme de 1989 sobre um herói chamado Trancado, do diretor recifense Simião Martiniano. Inspiração para Ortinho. "Ele é um cineasta regionalista popular -algo como se Jackson do Pandeiro fizesse faroestes no interior de Pernambuco", resume. "Eu e Chico Science, no começo dos anos 90, ficávamos assistindo a seus filmes. Quando fiz a música, pedi ao Simião para usar. Criatividade é isso aí: você vai vivendo e guardando, e um dia aflora." HERÓI TRANCADO ARTISTA Ortinho LANÇAMENTO independente QUANTO R$ 20, em média Texto Anterior: Crítica/MPB: Pop e solar, novo álbum flagra a artista mais firme e madura Próximo Texto: CD's Índice | Comunicar Erros |
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