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MÚSICA
Grupo lança novo CD, em que homenageia empregada doméstica do vocalista Bruno
Biquini Cavadão grava depois de 4 anos
da Redação
Depois de quatro anos sem gravar, o grupo Biquini Cavadão -de "Tédio",
"Zé Ninguém", "Vento Ventania"-
volta cheio de novidades: duas faixas
interativas, duas horas grátis de Internet e uma música em homenagem à
empregada do vocalista Bruno Gouveia, o carro-chefe "Janaína".
Mais do que uma homenagem à
empregada Gessy, que trabalha
para sua família há 25 anos, Bruno
homenageia as "mulheres comuns", que batalham no dia-a-dia
e não perdem o otimismo.
"Janaína, a gente brinca, é a namorada do Zé Ninguém", resume
Miguel. Conversando com Gessy,
Bruno tirou os primeiros versos:
"Janaína acorda todo dia às
4h30/E já na hora de ir pra cama,
Janaína pensa que o dia não passou/Que nada aconteceu".
"Ela diz que volta para casa à
noite e aí é que vai pensar em fazer
tudo, mas para sua casa", conta
Bruno.
Ele se diz "viciado" em computador -daí o quanto o disco está
informatizado, a começar pelo nome, "biquini.com.br".
Depois de quatro anos sem lançar um disco, a frequência de
shows caiu pela metade -de 80
para 40 por ano. Cada um dos integrantes do grupo também foi fazer alguma outra coisa da vida.
Álvaro "Birita" (bateria e percussão) foi produzir discos de violão clássico, Carlos Coelho (guitarra e violões) abriu uma produtora de jingles, Miguel (teclados e
vocais) abriu sociedade em um estúdio, Sheik (baixo) produziu
uma banda iniciante e Bruno (vocal) ficou cuidando do site, além
de produzir um "rockbook".
Apesar de nunca ter alcançado
uma vendagem muito alta -o
máximo foi 104 mil de "O Melhor
do Biquini Cavadão", de 1994-, o
grupo vê vantagens nisso.
"A gente gosta dessa coisa individualizada com o fã. Sempre recebemos as pessoas no camarim e
estimulamos a relação de troca. Isso desde que lançamos uma caixa
postal, em 86", diz Sheik.
Já Bruno diz que o grupo enfrentou problemas com as gravadoras.
"Tinham medo que tivéssemos
"síndrome de Lulu Santos', com
quatro discos lançados, supersucessos, mas que nunca ganharam
disco de ouro. Houve má administração da carreira e de quem deveria ser nosso "target'."
Sheik concorda: "A gente saiu da
PolyGram, foi para a Sony (94) e lá
não foi muito legal o trabalho. Não
nos acertamos". Basicamente, segundo eles, a gravadora queria
reedições de sucessos como "Tédio" e "Zé Ninguém". "Mas isso a
gente já tinha feito. Queríamos
mudar", contam eles.
Hoje as apostas do grupo estão
em "Janaína", "Sabor do Sol" e na
composição de Rita Lee "Dançar
Pra Não Dançar".
Se dizendo mais amadurecidos
musicalmente, os cinco rapazes,
com idade média de 32 anos, produziram um disco de altos e baixos
-a maior parte composições dançantes- que promete chamar a
atenção pelo marketing do lançamento e pelas promoções que vêm
a reboque.
Longe o tempo da aula de física
em uma faculdade do Rio, onde,
de um rabisco em um pedaço de
papel, nasceu "Tédio".
(LPz)
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