São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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FILMES NA TV

ESPECIAL

Série observa artesanato dos supercarros

EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Com uma indústria automotiva cada vez mais dominada por robôs e computadores, é reconfortante assistir ao programa "Rides", que o Discovey Channel leva ao ar hoje, às 22h.
Nele, engenheiros, técnicos e desenhistas da Ford norte-americana se debruçam no desenvolvimento do Shelby Cobra, um protótipo de carro esportivo que foi apresentado no Salão de Detroit, em janeiro deste ano.
Mesmo para quem não curte o assunto, a atração vale por mostrar um raro momento em que profissionais responsáveis por criar carros que caiam no gosto do maior número possível de pessoas deixam a razão de lado. E a indústria encontra o artesanato.
É um striptease às avessas. Entre depoimentos, o espectador é brindado com imagens que revelam a concepção do chassi de alumínio, a montagem de um motor peça por peça, a criação de modelos com a forma final que o carro viria a ter, os primeiros testes.
Quem acompanha esse tipo de atividade sabe que ela é regida pela tentativa e pelo erro. E aí reside um dos problemas do programa: ele prioriza as tentativas que deram certo. Quando isso não ocorre, aparecem na tela o que parecem desvios de roteiro, feitos para gerar leves tensões de viés quase hollywoodiano.
O lado bom da estratégia é que ela ajuda a manter acesa a atenção dos não-iniciados. Para eles há ainda o estresse gerado pela guerra contra o cronômetro (o veículo foi desenvolvido em apenas seis meses) e o fato de o carro homenagear uma das mais caras figuras do automobilismo dos EUA.
Trata-se de Carroll Shelby, 80, que assumiu o volante dos modelos da Ford que bateram a Ferrari em provas das 25 Horas de Le Mans nos anos 60. Além disso, ajudou a montadora a envenenar motores do Mustang e criou o Cobra, um dos mais inspiradores modelos esportivos gerados em solo norte-americano.
Seu olhar de satisfação e orgulho ao ver montado o sucessor da sua criação é o toque que faltava para mostrar a humanidade possível no seio da indústria.


RIDES. Quando: hoje, às 22h, no Discovery Channel.

A arma mais poderosa

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É temerário dizer que o cinema influencia decisivamente o mundo da política. Mas os políticos vivem contradizendo qualquer cautela a esse respeito.
Reagan, por exemplo, inventou um sistema de defesa chamado "Guerra nas Estrelas". O atual presidente dos EUA parece inspirado por ficções científicas cada vez que busca contra-ataques contra ataques que nunca existiram.
Os terroristas de Bin Laden, por sua vez, parecem inspirados por filmes como "Independence Day" (Telecine Action, 21h45). Ambos participam do mesmo universo mental. O filme de Roland Emmerich, como os atos de terror, tem como fim maior o espetáculo. A diferença é que este usa o cinema como arma: não é imediatamente letal, mas também é poderoso, como bem sabia Mussolini.

David
SBT, 14h45.

(David). EUA, 97, 190 min. Direção: Robert Markowitz. Com Jonathan Pryce, Leonard Nimoy. Originalmente, uma minissérie produzida pela TV a cabo TNT, tratando a trajetória de David, herói bíblico que venceu o gigante Golias e se tornou rei de Israel.

Maria, Filha de Seu Filho
Globo, 15h35.

(Maria, Figlia del Suo Figlio). Itália, 00. Direção: Fabrizio Costa. Com Yael Abecassis, Nancho Novo. A história de Maria, mãe de Jesus. Sem referências.

Sansão e Dalila
SBT, 22h30.

(Samson and Delilah). EUA/Alemanha, 99, 200 min. Direção: Nicolas Roeg. Com Elizabeth Hurley, Eric Thal. Roeg dirige para a TNT sua versão da história de Sansão, cuja força se esvai quando Dalila corta-lhe os cabelos. A versão mais célebre é a de Cecil B. DeMille.

Titanic
Globo, 23h.

(Titanic). EUA, 97. Direção: James Cameron. Com Leonardo DiCaprio, Kate Winslet. Um dos maiores sucessos de todos os tempos, "Titanic" narra a malograda saga do enorme navio que naufragou em sua primeira viagem, tendo como centro o encontro entre um jovem pobre e uma garota rica. Cameron deu luzes à tragédia, acrescentou-lhe um quê de confronto entre o novo mundo e o velho e fez um filme digno, além de um filme-evento.

Maria de Nazaré
Bandeirantes,1h30.

(Marie de Nazareth). França, 94, 110 min. Direção: Jean Delannoy. Com Myriam Muller, Francis Lalanne. Sim, o veteraníssimo Delannoy volta à ativa para contar a história de Maria, mãe de Jesus. Vale a curiosidade.

Gênesis, a Criação e o Dilúvio
SBT, 2h25.

(Genese: La Creazione e il Diluvio). Itália, 94, 88 min. Direção: Ermanno Olmi. Com Omero Antonucci, Sabir Aziz. O título não deixa margem a dúvida: o mundo, de Adão a Noé. A vantagem é que, desta vez, visto por Olmi, diretor digno.

Intercine
Globo, 3h.

As opções para a Sexta-Feira Santa são: "Corra, Lola, Corra" (Alemanha, 99, de Tom Tykwer, com Franka Potente) e "Vingança sob Encomenda" (98, de Dob Saget, com Norm MacDonald).

O Vovô Adolescente
SBT, 4h10.

(The Undergrads). EUA, 84, 103 min. Direção: Steven H. Stern. Com Art Carney, Chris Makepiece. Depois que sua casa pega fogo, vovô vai para um asilo. Como o neto o adora, os dois se matriculam na mesma faculdade. Feito para TV. Só em SP.

A Volta da Família Sol, Lá, Si, Dó
Globo, 4h25.

(A Very Brady Sequel). EUA, 96, 90 min. Direção: Arlene Sanford. Com Shelley Long, Gary Cole. Tudo vai bem para Shelley Long em seu segundo casamento, quando surge em sua vida alguém que pretende ser seu primeiro marido, que se supunha morto. O argumento é capenga. (IA)

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