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FILMES NA TV
ESPECIAL
Série observa artesanato dos supercarros
EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Com uma indústria automotiva
cada vez mais dominada por robôs e computadores, é reconfortante assistir ao programa "Rides", que o Discovey Channel leva
ao ar hoje, às 22h.
Nele, engenheiros, técnicos e
desenhistas da Ford norte-americana se debruçam no desenvolvimento do Shelby Cobra, um protótipo de carro esportivo que foi
apresentado no Salão de Detroit,
em janeiro deste ano.
Mesmo para quem não curte o
assunto, a atração vale por mostrar um raro momento em que
profissionais responsáveis por
criar carros que caiam no gosto
do maior número possível de pessoas deixam a razão de lado. E a
indústria encontra o artesanato.
É um striptease às avessas. Entre
depoimentos, o espectador é
brindado com imagens que revelam a concepção do chassi de alumínio, a montagem de um motor
peça por peça, a criação de modelos com a forma final que o carro
viria a ter, os primeiros testes.
Quem acompanha esse tipo de
atividade sabe que ela é regida pela tentativa e pelo erro. E aí reside
um dos problemas do programa:
ele prioriza as tentativas que deram certo. Quando isso não ocorre, aparecem na tela o que parecem desvios de roteiro, feitos para
gerar leves tensões de viés quase
hollywoodiano.
O lado bom da estratégia é que
ela ajuda a manter acesa a atenção
dos não-iniciados. Para eles há
ainda o estresse gerado pela guerra contra o cronômetro (o veículo
foi desenvolvido em apenas seis
meses) e o fato de o carro homenagear uma das mais caras figuras
do automobilismo dos EUA.
Trata-se de Carroll Shelby, 80,
que assumiu o volante dos modelos da Ford que bateram a Ferrari
em provas das 25 Horas de Le
Mans nos anos 60. Além disso,
ajudou a montadora a envenenar
motores do Mustang e criou o Cobra, um dos mais inspiradores
modelos esportivos gerados em
solo norte-americano.
Seu olhar de satisfação e orgulho ao ver montado o sucessor da
sua criação é o toque que faltava
para mostrar a humanidade possível no seio da indústria.
RIDES. Quando: hoje, às 22h, no Discovery Channel.
A arma mais poderosa
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É temerário dizer que o cinema influencia decisivamente o mundo da política.
Mas os políticos vivem contradizendo qualquer cautela a esse respeito.
Reagan, por exemplo, inventou um sistema de defesa chamado "Guerra nas
Estrelas". O atual presidente dos EUA parece inspirado por ficções científicas cada vez que busca contra-ataques contra ataques que
nunca existiram.
Os terroristas de Bin Laden, por sua vez, parecem
inspirados por filmes como
"Independence Day" (Telecine Action, 21h45). Ambos participam do mesmo
universo mental. O filme de
Roland Emmerich, como os
atos de terror, tem como
fim maior o espetáculo. A
diferença é que este usa o cinema como arma: não é
imediatamente letal, mas
também é poderoso, como
bem sabia Mussolini.
David
SBT, 14h45.
(David). EUA, 97, 190 min. Direção:
Robert Markowitz. Com Jonathan Pryce,
Leonard Nimoy. Originalmente, uma
minissérie produzida pela TV a cabo TNT,
tratando a trajetória de David, herói
bíblico que venceu o gigante Golias e se
tornou rei de Israel.
Maria, Filha de Seu Filho
Globo, 15h35.
(Maria, Figlia del Suo Figlio). Itália, 00.
Direção: Fabrizio Costa. Com Yael
Abecassis, Nancho Novo. A história de
Maria, mãe de Jesus. Sem referências.
Sansão e Dalila
SBT, 22h30.
(Samson and Delilah). EUA/Alemanha,
99, 200 min. Direção: Nicolas Roeg. Com
Elizabeth Hurley, Eric Thal. Roeg dirige
para a TNT sua versão da história de
Sansão, cuja força se esvai quando Dalila
corta-lhe os cabelos. A versão mais
célebre é a de Cecil B. DeMille.
Titanic
Globo, 23h.
(Titanic). EUA, 97. Direção: James
Cameron. Com Leonardo DiCaprio, Kate
Winslet. Um dos maiores sucessos de
todos os tempos, "Titanic" narra a
malograda saga do enorme navio que
naufragou em sua primeira viagem,
tendo como centro o encontro entre um
jovem pobre e uma garota rica. Cameron
deu luzes à tragédia, acrescentou-lhe um
quê de confronto entre o novo mundo e
o velho e fez um filme digno, além de um
filme-evento.
Maria de Nazaré
Bandeirantes,1h30.
(Marie de Nazareth). França, 94, 110 min.
Direção: Jean Delannoy. Com Myriam
Muller, Francis Lalanne. Sim, o
veteraníssimo Delannoy volta à ativa
para contar a história de Maria, mãe de
Jesus. Vale a curiosidade.
Gênesis, a Criação e o Dilúvio
SBT, 2h25.
(Genese: La Creazione e il Diluvio). Itália,
94, 88 min. Direção: Ermanno Olmi. Com
Omero Antonucci, Sabir Aziz. O título não
deixa margem a dúvida: o mundo, de
Adão a Noé. A vantagem é que, desta
vez, visto por Olmi, diretor digno.
Intercine
Globo, 3h.
As opções para a Sexta-Feira Santa são:
"Corra, Lola, Corra" (Alemanha, 99, de
Tom Tykwer, com Franka Potente) e
"Vingança sob Encomenda" (98, de Dob
Saget, com Norm MacDonald).
O Vovô Adolescente
SBT, 4h10.
(The Undergrads). EUA, 84, 103 min.
Direção: Steven H. Stern. Com Art
Carney, Chris Makepiece. Depois que sua
casa pega fogo, vovô vai para um asilo.
Como o neto o adora, os dois se
matriculam na mesma faculdade. Feito
para TV. Só em SP.
A Volta da Família Sol, Lá, Si, Dó
Globo, 4h25.
(A Very Brady Sequel). EUA, 96, 90 min.
Direção: Arlene Sanford. Com Shelley
Long, Gary Cole. Tudo vai bem para
Shelley Long em seu segundo
casamento, quando surge em sua vida
alguém que pretende ser seu primeiro
marido, que se supunha morto. O
argumento é capenga.
(IA)
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