São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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"ROUBANDO VIDAS"

Filme policial entretém sem inovação

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não há mais verdadeiros policiais. Agora eles são psicólogos, cuja missão é penetrar nas mentes criminosas. Também, é preciso admitir, não há mais verdadeiros criminosos, gente que pratica crimes por simples impulso ou pobreza. Todos têm motivos de ordem psicológica. Sua principal motivação é, de resto, enganar o policial que o persegue, como em "Roubando Vidas".
Temos aqui um "serial killer" que age no Canadá e ninguém consegue descobrir quem é, até que James Costa (Ethan Hawke) desenha seu rosto. Temos também uma agente do FBI no caso, Illeana Scott (Angelina Jolie).
"Roubando Vidas" tem, em linhas gerais, as vantagens e desvantagens de um standard: alguns sustos, inúmeras reviravoltas, traumas psicológicos etc. Sabe tirar partido do fato de ter uma mulher no papel principal e sofre de uma falta de obsessividade que faz o olhar do diretor flutuar sobre quase todos os personagens sem grande coisa a acrescentar ao que está no roteiro.
Se traz elementos para entreter, o filme não introduz nada de inovador ao gênero capaz de torná-lo memorável. Mesmo o final, em que Jolie joga com as armas não mais da feminilidade, mas da convenção cinematográfica, não ultrapassa os limites do espetável: é uma reviravolta a mais num filme que se assenta nelas.


Roubando Vidas
  
Produção: EUA, 2004
Direção: D.J. Caruso
Com: Angelina Jolie e Ethan Hawke
Quando: a partir de hoje, nos cines Metrô Santa Cruz, Jardim Sul e circuito




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