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Festival de Chicago
homenageia Glauber
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
A 15ª edição do festival Chicago
Latino Cinema, que começa hoje
na cidade às margens do lago Michigan (norte dos EUA), presta
uma homenagem ao diretor brasileiro Glauber Rocha com a exibição de dois de seus mais importantes filmes: "Terra em Transe" e
"Deus e o Diabo na Terra do Sol".
"Um dos nossos objetivos é fazer
com que a memória de grandes
mestres do cinema sobreviva.
Glauber, por exemplo, lamentavelmente morreu muito cedo, mas
seu legado para as jovens gerações
é muito importante. Queremos dar
uma amostra do que ele significou
como o pioneiro do cinema novo.
Infelizmente é muito difícil encontrar seus filmes com legendas em
inglês, mas apresentaremos dois
dos melhores", disse à Folha, por
telefone, Pepe Vargas, diretor do
evento há 14 anos.
O festival começa hoje, no Art
Institute de Chicago, com uma festa e apresentação da cantora cubana de salsa Célia Cruz. Durante o
evento, serão apresentados cerca
de 65 longas-metragens e 110 curtas e vídeos de 20 países.
"O festival cresceu principalmente em qualidade, embora a
quantidade de filmes também venha aumentando. No ano passado,
por exemplo, tivemos 48 longas.
Poderíamos exibir muito mais,
mas o festival tem apenas duas semanas", disse o diretor.
A Espanha é o país com mais longas no evento, com 12 filmes. Brasil
vem a seguir, com dez. Também
serão exibidos sete filmes norte-americanos sobre a comunidade
hispânica no país.
Além dos dois de Glauber, outros
oito longas brasileiros foram selecionados: Policarpo Quaresma -
Herói do Brasil", de Paulo Thiago,
"O Lado Certo da Vida Errada", de
Otávio Bezerra, "Amor & Cia.", de
Helvécio Ratton, "A Reunião dos
Demônios", de Cecílio Neto, "Boleiros", de Ugo Giorgetti, "O Toque do Oboé", de Cláudio Mac Dowell, "Nós que Aqui Estamos por
Vós Esperamos", de Marcelo Mazagão, e "Como Ser Solteiro no
Rio", de Rosane Svartman. Os filmes são exibidos até três vezes em
várias salas da cidade.
"Mais que um festival de cinema,
trata-se de uma festa em que utilizamos o cinema para criar uma
presença cultural de nossa comunidade. Ele não tem o caráter de
um festival, com competição entre
filmes, mas de viabilizar um impacto cultural em uma cidade em
que a discriminação cultural é uma
constante", esclareceu o diretor.
Além de filmes em espanhol e
português, o festival exibirá ainda
produções em francês, em catalão
e até em quêchua, uma das línguas
indígenas da Bolívia. O evento termina no próximo dia 21.
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