São Paulo, Sexta-feira, 09 de Abril de 1999
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Festival de Chicago homenageia Glauber

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

A 15ª edição do festival Chicago Latino Cinema, que começa hoje na cidade às margens do lago Michigan (norte dos EUA), presta uma homenagem ao diretor brasileiro Glauber Rocha com a exibição de dois de seus mais importantes filmes: "Terra em Transe" e "Deus e o Diabo na Terra do Sol".
"Um dos nossos objetivos é fazer com que a memória de grandes mestres do cinema sobreviva. Glauber, por exemplo, lamentavelmente morreu muito cedo, mas seu legado para as jovens gerações é muito importante. Queremos dar uma amostra do que ele significou como o pioneiro do cinema novo. Infelizmente é muito difícil encontrar seus filmes com legendas em inglês, mas apresentaremos dois dos melhores", disse à Folha, por telefone, Pepe Vargas, diretor do evento há 14 anos.
O festival começa hoje, no Art Institute de Chicago, com uma festa e apresentação da cantora cubana de salsa Célia Cruz. Durante o evento, serão apresentados cerca de 65 longas-metragens e 110 curtas e vídeos de 20 países.
"O festival cresceu principalmente em qualidade, embora a quantidade de filmes também venha aumentando. No ano passado, por exemplo, tivemos 48 longas. Poderíamos exibir muito mais, mas o festival tem apenas duas semanas", disse o diretor.
A Espanha é o país com mais longas no evento, com 12 filmes. Brasil vem a seguir, com dez. Também serão exibidos sete filmes norte-americanos sobre a comunidade hispânica no país.
Além dos dois de Glauber, outros oito longas brasileiros foram selecionados: Policarpo Quaresma - Herói do Brasil", de Paulo Thiago, "O Lado Certo da Vida Errada", de Otávio Bezerra, "Amor & Cia.", de Helvécio Ratton, "A Reunião dos Demônios", de Cecílio Neto, "Boleiros", de Ugo Giorgetti, "O Toque do Oboé", de Cláudio Mac Dowell, "Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos", de Marcelo Mazagão, e "Como Ser Solteiro no Rio", de Rosane Svartman. Os filmes são exibidos até três vezes em várias salas da cidade.
"Mais que um festival de cinema, trata-se de uma festa em que utilizamos o cinema para criar uma presença cultural de nossa comunidade. Ele não tem o caráter de um festival, com competição entre filmes, mas de viabilizar um impacto cultural em uma cidade em que a discriminação cultural é uma constante", esclareceu o diretor.
Além de filmes em espanhol e português, o festival exibirá ainda produções em francês, em catalão e até em quêchua, uma das línguas indígenas da Bolívia. O evento termina no próximo dia 21.


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