|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HEINEKEN CONCERTS 99
Compay Segundo, Rubén González e o Afro Cuban All Stars tocam hoje no Tom Brasil, em São Paulo
Cubanos exibem simpatia e vitalidade no Rio
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Sucursal do Rio
A noite cubana do Heineken
Concerts não decepcionou, na terça à noite, no Canecão, uma platéia
fiel e engajada -com direito até a
alguns gritos de ""Viva Cuba" e
""Viva la revolución".
Compay y sus Muchachos, Rubén González e o Afro Cuban All
Stars mostraram um pouco de son,
bolero, guajira, guaracha, danzón
e outros ritmos cubanos que o público paulistano terá oportunidade
de conferir hoje à noite.
Se no show carioca o resultado
foi bem mais tosco e menos sofisticado do que o apresentado nos discos -especialmente em ""Buena
Vista Social Club"-, os cubanos
sobraram em animação e empatia.
Os grandes nomes da noite foram o pianista Rubén González,
80, e o violonista e cantor Compay
Segundo, 91, que encantaram o público com talento e carisma
-além de uma vitalidade excepcional para suas idades.
O primeiro fez uma exibição de
criatividade, suingue, classe e elegância em belos solos. Brilhou em
canções como ""Buena Vista Social
Club" e demonstrou agilidade impressionante para alguém de sua
idade -e que parecia andar com
tanta dificuldade pelo palco.
Compay abriu o show com seu
quarteto e mostrou sua destreza
no ""armunico" -violão turbinado com sete cordas em vez de seis
(a terceira é dupla). Deu-se ao luxo
de citar ""Na Baixa do Sapateiro"
no meio de um solo. E ainda sapecou beijos ritmados no seu violão
em ""Beso Discreto".
Compay apresentou ao público a
cantora Omara Portuondo, que se
destacou com boleros como ""Dos
Gardenias" e ""Veinte Años". Ela
tomou conta do show ao brincar
com a platéia estrelada, em que
Caetano Veloso se contentou com
o papel de figurante ao ensaiar alguns passos com Omara.
Liderada por Juan de Marcos
González, o Afro Cuban All Stars
mostrou ritmos mais modernos,
vibrantes e próximos da salsa exilada. Além da clássica ""Quizás,
Quizás, Quizás", com corinho da
platéia, a banda mostrou músicas
de ""A Toda Cuba le Gusta", como
""Amor Verdadero" e ""Pío Mentiroso".
O show é muito bom. Mas quem
foi esperando ouvir um repertório
com ênfase em ""Buena Vista Social Club" -como fazia pensar o
anúncio do show- deve ter se desapontado.
Do que foi tocado, é preciso lamentar a ausência do guitarrista
Ry Cooder, que produziu o disco e
ainda o enriqueceu com o som de
seu violão. O CD é uma pequena
jóia. Mas Cooder, lamentavelmente, não excursiona com os cubanos. No concerto, faltou alguém
para fazer esse trabalho de lapidação, como Cooder fez no disco.
Avaliação:
Texto Anterior: Festival de Chicago homenageia Glauber Próximo Texto: Duo rouba noite em tons pastéis Índice
|