da Redação

O humor dos Sobrinhos do Ataíde chega às ondas médias. Desde o início de março, Marco Bianchi, 26, um dos três "sobrinhos", comanda na rádio Bandeirantes (860 MHz) um programa de humor que transforma fatos e notícias do cotidiano em hilariantes esquetes.
"O Diário do Dias" é a primeira iniciativa solo de Bianchi, que continua participando dos quadros apresentados pela 89FM com os Sobrinhos do Ataíde. "A diferença é que, na Band AM, posso abordar temas diferentes, assuntos que não tinham espaço no programa da FM, como trânsito, futebol, enchentes e economia", diz Bianchi.
Ele interpreta vários novos personagens. Quando o assunto é futebol, aparece o jogador Júlio Júnior, que só responde com chavões e clichês às perguntas do repórter Carlos Júnior. Ele começou cedo no "balé da bola" e sonha em ser convocado para a seleção do treinador Wanderburgo Luxembrega. O craque promete dar tudo de si para "galgar um lugar ao sol" e, caso se concretize sua venda para um time italiano, "levar magia aos gramados da velha bota".
Se o tema é economia popular, o economista Elvis Samuelson vem para esclarecer -ou não. Ele fala um economês absolutamente incompreensível ("tudo depende do circunstancial macroeconômico, com uma constelação de variáveis que inclui os head funds, os C-Bonds, os dead nuggets, o fast track e as famosas brand benefits das trade corporates, todas dentro de um arcabouço conceitual seguramente de viés restritivo") e sempre termina seus comentários com provérbios que não dizem nada, como "é a velha história: esquilo vesgo não molha o rabo, certo?".
O deputado Feliciano Alegria, do PPS (Partido Sempre da Situação), é o astro quando o debate é sobre política. Ele é acusado de barrar as reformas, mas se defende dizendo ser um injustiçado. "Eu mesmo já reformei todo meu gabinete!", diz.
Os esquetes são apresentados em dez inserções ao longo da programação. Bianchi grava oito quadros inéditos de 1 minuto por semana.
Bianchi gosta de trabalhar numa rádio AM e explica que sua maior influência vem do tempo em que ouvia o "Show do Rádio", comandado por Estevam Bourroul Sangirardi, na Jovem Pan. "Adorava ouvir aquilo após os jogos de futebol. De certo modo, meu trabalho é uma homenagem a ele", afirma. (FRANCISCO MARTINS DA COSTA)


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