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Havana coroa trajetória do Bijari
DA REPORTAGEM LOCAL
Há sete anos dando a cara para
bater em eventos culturais, instalações de rua e festivais de música
eletrônica espalhados pelo Brasil,
o grupo Bijari finalmente terá
atenção como convidado da 9ª
Bienal de Havana, em Cuba, em
novembro.
Apesar da pompa, o coletivo
paulistano, que congrega arquitetos, artistas plásticos e VJs, promete não ceder em nenhum centímetro sua proposta inicial: trazer personagens marginalizados
do cotidiano para o espaço expositivo, para a própria obra de arte.
"Ainda não planejamos direito,
mas vamos pegar alguém na rua e
colocá-lo interagindo com os DJs
e VJs", conta Giuliano Scandiuzzi,
membro do grupo.
Assim como a proposta do Reclaim the Streets e de outros grupos antiglobalização de protestos
de rua, o Bijari aposta no improviso, no inesperado. "A gente sempre trabalha com o acaso. Nunca
temos o controle absoluto da situação", diz Scandiuzzi.
Do tradicional "happening" de
rua até o meio do momento, a
manipulação de imagens por parte dos VJs, a história é mais ou
menos a mesma: "Às vezes no
nosso mix, não dá para saber de
tudo o que vai entrar. A gente coloca as fitas e vai experimentando", completa Flávio.
Sediado em São Paulo, o Bijari
começou sua trajetória em um
ateliê formado por ex-alunos da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Com o tempo, o grupo foi diversificando seu trabalho para as
áreas de design, webdesign, cenografia e vídeo.
"Com essa nossa formação de
arquitetos, o grupo sempre teve
essa preocupação não só com a cidade, mas com os cidadãos, essa
discussão/conscientização sociopolítica sempre vai estar nos trabalhos da Bijari", defende Gustavo Godoy, outro integrante.
Entre os pontos altos do grupo,
estão as participações no projeto
Ares e Pensares, do Sesc, quando
armaram suas parafernálias por
três dias na rua 24 de maio, na região central de São Paulo; a presença na última Bienal do Mercosul e nos festivais Ecossystem, Eletronika e Hype; e a recente parceria cenográfica com o Ballet da Cidade.
(DA)
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