São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiros preferem ação e aventura em casa

DA REPORTAGEM LOCAL

Na hora de escolher um DVD, os brasileiros preferem filmes de ação e aventura. A comédia vem em segundo lugar, policiais, em terceiro, e suspense em seguida (veja quadro ao lado). Os dados são da pesquisa Target Group Index, do Ibope.
Outro sucesso são as séries de TV, e quem se dá bem, obviamente, é a Globo. "Os Normais" foi o DVD mais vendido da Globo Marcas. Superou as cerca de 45 mil cópias de sua versão para o cinema e de longas da Globo Filmes, entre eles "Cidade de Deus", "Lisbela e o Prisioneiro" e "Carandiru".
Nos EUA, o "boom" de séries em DVDs, como "Friends", vem obrigando os estúdios a renegociar contratos com produtores e escritores, para incluir um percentual do lucro. As vendas são um negócio de US$ 15 bilhões no país (no Brasil, não há dados oficiais. A União Brasileira de Vídeo estima que tenham sido vendidos 8,8 milhões cópias em 2003, quase o dobro de 2002).
Outro grande negócio é relançar programas antigos, ou seja, gerar lucro com material de arquivo. "Os Maias", por exemplo, foi veiculada na Globo em 2001 e será lançada agora em DVD, com nova edição.
"O DVD representa uma importante alternativa para a TV Globo estender o ciclo de vida das obras que foram exibidas no passado", diz José Luiz Bartolo, diretor da Globo Marcas.
"A série do "Fantástico" [com reportagens antigas] tem vendido muito bem, e estamos pensando em lançar outras no mesmo segmento", afirma.
Até 2003, havia no país 3 milhões de aparelhos de DVD, contra 21 milhões de vídeos, segundo a Eletros (associação dos fabricantes de eletroeletrônicos). A venda de DVD players cresceu 177% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2003.
O DVD ainda é um objeto de consumo da elite brasileira, mas aos poucos penetra nas classes C e DE. Segundo o Ibope, das casas que possuem um aparelho, 72% são da classe AB, 24% da C e 3,73% da DE.
Paulo Saab, presidente da Eletros, calcula que o videocassete ainda deva ser fabricado por mais cinco anos e que a quantidade de DVD players supere a de vídeo em dez anos.
Segundo ele, o consumidor está agregando o DVD player ao vídeo, e não o substituindo -principalmente porque a maioria dos digitais não grava a programação da TV. Uma possibilidade, na opinião de Saab, é que o DVD e o CD player se "casem", já que o primeiro é capaz de executar a função do segundo. (LAURA MATTOS)


Colaborou Silvana Arantes, da Reportagem Local



Texto Anterior: DVD: Brasil já é o nono mercado do mundo
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.