DA REPORTAGEM LOCAL

Ele ganhou prêmio internacional, mas está mesmo famoso pelas aparições do "Domingão do Faustão". Na TV, Laurence Wahba, especializado em filmagem submarina, é audiência garantida com suas imagens de tubarão.
No início deste ano, o cinegrafista registrou as profundezas do mar gelado da Antártica, a quase dois graus abaixo de zero.
Filmou o acasalamento da foca leoparda, animal, segundo Wahba, muito mais perigoso do que qualquer tubarão. Essa cena, no entanto, não irá alegrar o domingo de Faustão. Faz parte do documentário "Antártica - O Continente Gelado com Amyr Klink", sobre recente expedição do mais famoso navegador do país.
O filme é uma produção da Canal Azul, da qual Wahba é associado, com o National Geografic, que pretende exibi-lo no próximo semestre. De acordo com decreto da Agência Nacional de Cinema, está orçado em R$ 525,7 mil, valor alto para os padrões brasileiros.
Na viagem de 76 dias feita a bordo do Paratii 2 (veleiro de R$ 5 milhões), Klink comandou quatro tripulantes. Acostumado a aventuras solitárias, viveu dias de tensão com a tripulação.
Ondas de mais de 20 metros, ventos de 150 km/h e temperaturas de até -12C ajudaram a transformar o veleiro numa mistura de "Big Brother" com "No Limite".
Três membros literalmente abandonaram o barco antes do final da travessia. No fim da empreitada, segundo o diário de bordo publicado em seu site, Klink disse: "Terminamos, terminamos, terminamos".
O documentário não explora convivência, histórias humanas. Olha para dentro do barco só para mostrar a "fúria" do navegador e de sua equipe com os obstáculos. Seu foco é externo, o gelo, o mar, a fauna. (LAURA MATTOS)



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