São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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Crítica

Salles faz terror sem apelações em "Água Negra"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Parece que Walter Salles não gostou muito do resultado do seu longa "Água Negra" (HBO, 21h). A mim, ao contrário, parece um dos filmes mais interessantes do diretor de "Central do Brasil".
Seu retrato de Che Guevara em "Diários de Motocicleta", por exemplo, me parece pálido, como se o jovem futuro revolucionário interessasse ao diretor menos do que a paisagem e menos ainda do que seu amigo.
Já "Água Negra" tem aspectos no mínimo interessantes, pois, sendo um filme de terror, move-se nesse terreno com extrema delicadeza, sem nenhuma das apelações que o gênero propicia. Ao mesmo tempo, Salles compõe em Jennifer Connelly um comovente retrato de mãe que busca proteger sua filha -ela é uma mulher há pouco divorciada que se instala em um apartamento estranhíssimo, onde coisas ainda mais estranhas acontecerão.
É como se o terror não interessasse de verdade a Salles, que o aceita, apenas. Mas as pessoas e suas dores, estas sim o atraem.


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