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TELEVISÃO
Cartoon estréia série do criador de "Anjinhos"
ALEXANDRE MARON
DA SUCURSAL DO RIO
O Cartoon Network lança hoje,
às 19h, "Mike, Lu e Og", um desenho cuja realização só aconteceu
com a ajuda da Internet.
A nova produção original do
Cartoon é o resultado de horas de
navegação do russo morador de
Moscou Mikhail Aldashin e dos
moradores do Estado da Califórnia Mikhail Shindel, que também
é russo, e Chuck Swenson, um
norte-americano veterano na
criação de desenhos animados.
"O fuso horário nos ajuda muito. Trocamos roteiros, desenhos e
esboços de forma instantânea,
mesmo estando a meio mundo de
distância", afirma Swenson, 59, à
Folha, por telefone, de sua casa.
A rotina de trabalho é feita com
o envio da premissa de uma história, esboçada nos EUA por Swenson e Shindel, para Aldashin na
Rússia. Ele faz os "storyboards" e
os manda de volta para a Califórnia. A arte animada é depois mandada para a Coréia, que faz o trabalho final de animação.
No currículo de Swenson, que
se define com um discípulo de
Tex Avery e Chuck Jones, está o
desenho "Os Anjinhos", exibido
no canal Nickelodeon, que chegou aos cinemas e foi um enorme
sucesso de bilheteria.
O contato entre Swenson e Aldashin é o resultado do trabalho
do norte-americano com alguns
animadores russos que estavam
morando na Califórnia.
"Sou amigo do que chamo de "a
máfia russa dos desenhos animados", um indica o outro. Aldashin
fez um desenho há uns 15 anos sobre pessoas que caíam em uma
ilha deserta. Usamos esse conceito, criamos novos personagens e
daí saiu "Mike, Lu e Og'", conta.
Ele define o desenho como uma
série sobre "um peixe fora d'água". "Mike é uma menina sofisticada, que nasceu em Nova York e
se vê dentro de uma comunidade
muito pequena. Ela tem uma visão muito irônica do mundo."
Lu é a princesa da tribo com a
qual Mike mora. Swenson a define como "uma menina rica e mimada que não se separa de sua
tartaruga". O nome da mascote:
Lancelot. O terceiro protagonista,
Og, é uma mistura de aspirante a
pajé com cientista louco.
O jeito às vezes mal-humorado
e até neurótico da cética Mike e de
seus amigos é, segundo Swenson,
comparável ao encontrado no
universo dos personagens de
Charles Schulz.
"Tirei os personagens principalmente da forma como minhas filhas se comportam. Não me incomodo de ser comparado a Schulz,
que era ótimo. Acho que há mesmo uma semelhança."
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