São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2000


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TELEVISÃO
Cartoon estréia série do criador de "Anjinhos"

ALEXANDRE MARON
DA SUCURSAL DO RIO

O Cartoon Network lança hoje, às 19h, "Mike, Lu e Og", um desenho cuja realização só aconteceu com a ajuda da Internet.
A nova produção original do Cartoon é o resultado de horas de navegação do russo morador de Moscou Mikhail Aldashin e dos moradores do Estado da Califórnia Mikhail Shindel, que também é russo, e Chuck Swenson, um norte-americano veterano na criação de desenhos animados.
"O fuso horário nos ajuda muito. Trocamos roteiros, desenhos e esboços de forma instantânea, mesmo estando a meio mundo de distância", afirma Swenson, 59, à Folha, por telefone, de sua casa.
A rotina de trabalho é feita com o envio da premissa de uma história, esboçada nos EUA por Swenson e Shindel, para Aldashin na Rússia. Ele faz os "storyboards" e os manda de volta para a Califórnia. A arte animada é depois mandada para a Coréia, que faz o trabalho final de animação.
No currículo de Swenson, que se define com um discípulo de Tex Avery e Chuck Jones, está o desenho "Os Anjinhos", exibido no canal Nickelodeon, que chegou aos cinemas e foi um enorme sucesso de bilheteria.
O contato entre Swenson e Aldashin é o resultado do trabalho do norte-americano com alguns animadores russos que estavam morando na Califórnia.
"Sou amigo do que chamo de "a máfia russa dos desenhos animados", um indica o outro. Aldashin fez um desenho há uns 15 anos sobre pessoas que caíam em uma ilha deserta. Usamos esse conceito, criamos novos personagens e daí saiu "Mike, Lu e Og'", conta.
Ele define o desenho como uma série sobre "um peixe fora d'água". "Mike é uma menina sofisticada, que nasceu em Nova York e se vê dentro de uma comunidade muito pequena. Ela tem uma visão muito irônica do mundo."
Lu é a princesa da tribo com a qual Mike mora. Swenson a define como "uma menina rica e mimada que não se separa de sua tartaruga". O nome da mascote: Lancelot. O terceiro protagonista, Og, é uma mistura de aspirante a pajé com cientista louco.
O jeito às vezes mal-humorado e até neurótico da cética Mike e de seus amigos é, segundo Swenson, comparável ao encontrado no universo dos personagens de Charles Schulz.
"Tirei os personagens principalmente da forma como minhas filhas se comportam. Não me incomodo de ser comparado a Schulz, que era ótimo. Acho que há mesmo uma semelhança."


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