São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

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FILMES

O Outro Eu
SBT, 14h30.
  
(The Other me). EUA, 2000, 95 min. Direção: Manny Coto. Com Andrew Lawrence, Mark L. Taylor. Garoto que detesta estudar deve comprar um kit para fazer um trabalho de ciências, ganhar nota e se safar de castigos futuros. Mas a experiência, por engano, resulta na criação de um clone, que, para sua sorte, é brilhante e poderá quebrar seu galho. Disney.

Nossa Querida Babá
Globo, 15h40.
 
(Au Pair). EUA, 1999, 96 min. Direção: Mark Griffiths. Com Gregory Harrison, Heidi Noelle Lenhart. Jovem tem de conquistar o coração dos filhos de um milionário em viagem, para conviver com eles. De passagem, seduzirá também o milionário. Uma outra noviça rebelde?

Entre Amigos
SBT, 1h40.
  
(Love! Valour! Compassion!). EUA, 1997, 108 min. Direção: Joe Mantello. Com John Glover, Stephen Spinella. Amor, amizade, conflitos, doenças -tudo entre personagens gays.

Intercine
Globo, 1h50.

Passa na quarta o mais votado, entre "O Príncipe das Mulheres" (1992, de Reginald Hudlin, com Eddie Murphy, Robin Givens) e "Em Algum Lugar do Passado" (1980, de Jeannot Szwarc, com Christopher Reeve, Jane Seymour).

Embalos a Dois
Globo, 3h40.
 
(Two of a Kind). EUA, 1983, 87 min. Travolta, Olivia Newton-John, Charles Durning. Nova parceria entre Travolta e Newton-John. Nesta comédia "screwball", os anjos propõem uma aposta a Deus: ou dois egoístas se emendam, ou Deus pode destruir a Terra.

Nó na Garganta
SBT, 4h15.
   
(The Butcher Boy). Irlanda, 1997, 109 min. Direção: Neil Jordan. Com Eamonn Owens, Stephen Rea, Sinead O'Connor. Na Irlanda, menino que vive com a mãe depressiva e o pai alcoólatra faz nessas condições adversas seu aprendizado do mundo, que se mostrará não menos adverso. Jordan de volta à Irlanda, onde se sente à vontade. (IA)

Sábio é saber lidar com Marilyn

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Era sábio o princípio de Billy Wilder ao tratar com a tortuosa Marilyn Monroe. Dizia ele que tinha uma avó (ou tia, tanto faz) que nunca atrasava um minuto.
Mas de que adiantava isso? Ninguém andaria nem um quarteirão para vê-la no cinema. Bem, Marilyn atrasava. A Fox ficava furiosa. Billy segurava a barra de Marilyn. Os filmes davam certíssimo.
Em "Quanto Mais Quente Melhor" (MGM, 13h), Marilyn está cercada por Tony Curtis e Jack Lemmon, além de uma delirante história de dois músicos que, precisando de emprego, se travestem para integrar uma orquestra de mulheres.
E talvez venha daí a frase mais famosa da história do cinema: "Ninguém é perfeito". Alguns tentam e chegam perto, como este filme.

ANÁLISE

Sexualidade conquista registro escancarado

ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como sugere o release de "Pornô É Pop", especial que o GNT exibe no próximo domingo, a pornografia conquista espaço, que se materializa em uma bilionária indústria especializada.
O sexo está na ordem do dia na TV. Provavelmente, sempre esteve. Mas não de maneira tão escancarada. Longe das personagens fantásticas e provocativas de Nelson Rodrigues, que encarnavam interditos no plano da ficção, e permaneceram -com poucas exceções- fora do espaço semidoméstico, público e indiscreto da TV, a sexualidade contemporânea ganha os mais variados registros na telinha.
Nos canais a cabo, femininos, gays, na MTV, nas novelas ou no "Fantástico", a busca contemporânea pelo orgasmo se revela assunto legítimo de especulação pública e coletiva para todas as idades. Variações de tom são sugestivas. Quem diria que brasileiros, conhecidos como campeões da liberdade libidinal, se interessariam pelas consultas tecno-científicas da canadense, que, embora não revele a sua idade, é apresentada no Brasil como septuagenária, Sue Johanson?
Pois é justamente como senhora, "velhinha", que desde setembro do ano passado, Sue tem lugar cativo nas madrugadas do GNT, o canal a cabo que, com sua vinheta sensual em preto-e-branco, se apresenta como uma opção sofisticada de prazer.
Enfermeira com doutoramento em educação sexual que começou no rádio e na TV comunitária em Toronto, em meados da década de 80, e que há apenas dois anos passou a se dirigir ao público norte-americano, o forte de Sue não é o erotismo.
Ela é rápida, objetiva, fria e profissional nos seus palpites e demonstrações. Pouco se altera em aconselhar um ouvinte que pratica mordidas na vagina de suas parceiras a pelo menos avisá-las antes de realizar o que ela não vacila em classificar como uma violência. Ou ainda ao cumprimentar a octogenária que telefona para compartilhar, com ela e com seu público sem fronteiras, nas altas horas, a longevidade de seu desejo.
As versões nacionais se legitimam em outra chave, a do erotismo. O programa de Monique Evans na Rede TV! se foi. Penélope se mantém diariamente na MTV, a emissora cool, jovem-liberal-educativa, que lançou Babi. Fica aqui assunto para próximos textos. Aguardem.


Esther Hamburger é antropóloga e professora da ECA-USP

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