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FILMES
O Outro Eu
SBT, 14h30.
(The Other me). EUA, 2000, 95 min.
Direção: Manny Coto. Com Andrew
Lawrence, Mark L. Taylor. Garoto que
detesta estudar deve comprar um kit
para fazer um trabalho de ciências,
ganhar nota e se safar de castigos
futuros. Mas a experiência, por engano,
resulta na criação de um clone, que, para
sua sorte, é brilhante e poderá quebrar
seu galho. Disney.
Nossa Querida Babá
Globo, 15h40.
(Au Pair). EUA, 1999, 96 min. Direção:
Mark Griffiths. Com Gregory Harrison,
Heidi Noelle Lenhart. Jovem tem de
conquistar o coração dos filhos de um
milionário em viagem, para conviver
com eles. De passagem, seduzirá
também o milionário. Uma outra noviça
rebelde?
Entre Amigos
SBT, 1h40.
(Love! Valour! Compassion!). EUA, 1997,
108 min. Direção: Joe Mantello. Com
John Glover, Stephen Spinella. Amor,
amizade, conflitos, doenças -tudo
entre personagens gays.
Intercine
Globo, 1h50.
Passa na quarta o mais votado, entre "O
Príncipe das Mulheres" (1992, de
Reginald Hudlin, com Eddie Murphy,
Robin Givens) e "Em Algum Lugar do
Passado" (1980, de Jeannot Szwarc, com
Christopher Reeve, Jane Seymour).
Embalos a Dois
Globo, 3h40.
(Two of a Kind). EUA, 1983, 87 min.
Travolta, Olivia Newton-John, Charles
Durning. Nova parceria entre Travolta e
Newton-John. Nesta comédia
"screwball", os anjos propõem uma
aposta a Deus: ou dois egoístas se
emendam, ou Deus pode destruir a
Terra.
Nó na Garganta
SBT, 4h15.
(The Butcher Boy). Irlanda, 1997, 109
min. Direção: Neil Jordan. Com Eamonn
Owens, Stephen Rea, Sinead O'Connor.
Na Irlanda, menino que vive com a mãe
depressiva e o pai alcoólatra faz nessas
condições adversas seu aprendizado do
mundo, que se mostrará não menos
adverso. Jordan de volta à Irlanda, onde
se sente à vontade.
(IA)
Sábio é saber lidar com Marilyn
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Era sábio o princípio de
Billy Wilder ao tratar com a
tortuosa Marilyn Monroe.
Dizia ele que tinha uma avó
(ou tia, tanto faz) que nunca
atrasava um minuto.
Mas de que adiantava isso? Ninguém andaria nem
um quarteirão para vê-la no
cinema. Bem, Marilyn atrasava. A Fox ficava furiosa.
Billy segurava a barra de
Marilyn. Os filmes davam
certíssimo.
Em "Quanto Mais Quente Melhor" (MGM, 13h),
Marilyn está cercada por
Tony Curtis e Jack Lemmon, além de uma delirante
história de dois músicos
que, precisando de emprego, se travestem para integrar uma orquestra de mulheres.
E talvez venha daí a frase
mais famosa da história do
cinema: "Ninguém é perfeito". Alguns tentam e chegam perto, como este filme.
ANÁLISE
Sexualidade conquista registro escancarado
ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Como sugere o release de
"Pornô É Pop", especial que
o GNT exibe no próximo domingo, a pornografia conquista espaço, que se materializa em uma bilionária indústria especializada.
O sexo está na ordem do dia na
TV. Provavelmente, sempre esteve. Mas não de maneira tão escancarada. Longe das personagens
fantásticas e provocativas de Nelson Rodrigues, que encarnavam
interditos no plano da ficção, e
permaneceram -com poucas
exceções- fora do espaço semidoméstico, público e indiscreto
da TV, a sexualidade contemporânea ganha os mais variados registros na telinha.
Nos canais a cabo, femininos,
gays, na MTV, nas novelas ou no
"Fantástico", a busca contemporânea pelo orgasmo se revela assunto legítimo de especulação pública e coletiva para todas as idades. Variações de tom são sugestivas. Quem diria que brasileiros,
conhecidos como campeões da liberdade libidinal, se interessariam pelas consultas tecno-científicas da canadense, que, embora
não revele a sua idade, é apresentada no Brasil como septuagenária, Sue Johanson?
Pois é justamente como senhora, "velhinha", que desde setembro do ano passado, Sue tem lugar
cativo nas madrugadas do GNT, o
canal a cabo que, com sua vinheta
sensual em preto-e-branco, se
apresenta como uma opção sofisticada de prazer.
Enfermeira com doutoramento
em educação sexual que começou
no rádio e na TV comunitária em
Toronto, em meados da década
de 80, e que há apenas dois anos
passou a se dirigir ao público norte-americano, o forte de Sue não é
o erotismo.
Ela é rápida, objetiva, fria e profissional nos seus palpites e demonstrações. Pouco se altera em
aconselhar um ouvinte que pratica mordidas na vagina de suas
parceiras a pelo menos avisá-las
antes de realizar o que ela não vacila em classificar como uma violência. Ou ainda ao cumprimentar a octogenária que telefona para compartilhar, com ela e com
seu público sem fronteiras, nas altas horas, a longevidade de seu
desejo.
As versões nacionais se legitimam em outra chave, a do erotismo. O programa de Monique
Evans na Rede TV! se foi. Penélope se mantém diariamente na
MTV, a emissora cool, jovem-liberal-educativa, que lançou Babi.
Fica aqui assunto para próximos
textos. Aguardem.
Esther Hamburger é antropóloga e
professora da ECA-USP
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