São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gisele Bündchen faz hoje seu último desfile para a Colcci

Marca estuda a idéia de renovar contrato com a modelo, que hoje é de quase R$ 2 milhões; vendas da Colcci cresceram 25% no Brasil e 50% no exterior

DO ENVIADO ESPECIAL A BRUSQUE (SC)

A megatop Gisele Bündchen faz hoje o seu quarto e último desfile para a Colcci no Fashion Rio. Ainda está em debate na AMC Têxtil, dona da grife, se o contrato com a modelo (de quase de R$ 2 milhões) será renovado por mais dois anos ou se é melhor partir para outro tipo de campanha publicitária, como, por exemplo, apostar num famoso piloto de Fórmula 1 como garoto-propaganda.
A Colcci precisa ainda de um forte elemento publicitário para ancorar seu prestígio, apesar da ascensão espantosa de suas vendas. No último ano, elas cresceram 25% no mercado brasileiro e cerca de 50% no mercado internacional.
As exportações representam hoje 20% do faturamento anual da empresa -de cerca de R$ 150 milhões. Em 2005, a Colcci exportou 500 mil peças. Desse total, 95% seguiram para o mercado europeu. Em setembro, a grife passa a desfilar também em Nova York, mantendo as suas apresentações no Fashion Rio. "Nossa intenção é montar em 2007 nos EUA a mesma estrutura de que a Colcci dispõe na Europa", diz Alexandre Menegotti, 34, presidente da AMC Têxtil, que é também dona da Sommer, da Carmelitas e tem o licenciamento sul-americano da Coca-Cola para a produção de roupas com a marca do refrigerante.
Os clientes europeus da Colcci estão distribuídos por países como Portugal, Inglaterra, França, Alemanha e Holanda. Como nas lojas brasileiras, o jeanswear é o produto mais vendido lá fora. O preço de uma roupa da grife na Europa equivale ao valor da mesma peça no Brasil, em real. O que custa aqui R$ 1.000 é vendido lá por 1.000 (cerca de R$ 3.000).
"A Colcci está associada na Europa a um produto jovial e alegre. O mercado de roupas para jovens é a cara do Brasil e está crescendo em todo o mundo", diz Menegotti. O crescimento da Colcci, que hoje responde por 70% do faturamento da AMC Têxtil, levou a empresa a trocar a fábrica que possui em Brusque por uma maior, de 30 mil m2, em Itajaí (SC).
O novo parque fabril será inaugurado até o final de 2007 e vai custar R$ 20 milhões. A AMC Têxtil adquiriu também duas fábricas de sapato, que passarão a produzir peças exclusivamente para suas grifes.
A Colcci foi fundada em 1986 pela estilista Lila Colzani, em Santa Catarina. Em 2000, ela vendeu a grife para a AMC Têxtil e permaneceu como diretora de criação. "Passei de dona a empregada, era como se estivesse vendendo um filho. Vivi um longo período de luto", conta Colzani. O luto passou. Ela diz que se adaptou às exigências da empresa. "Existe sempre a briga do setor de estilo com o comercial, mas tentamos convencer as pessoas a respeito de nossas idéias. Não posso, porém, esquecer que a grife tem que dar lucro."
Atualmente, Colzani enfrenta uma outra dificuldade, por causa das crescentes exportações: "Preciso fazer uma coleção que seja comercial, agrade ao Brasil e, ao mesmo tempo, tenha um conceito forte que interesse à Europa". Para a próxima temporada de inverno, ela vai criar uma linha especial apenas para o mercado europeu, com tricôs e casacos mais pesados. "Temos que ganhar também o consumidor de inverno lá fora."
No desfile de hoje, no Fashion Rio, a Colcci vai montar um cenário de praia e ondas, em que variações de luz vão indicar os diferentes períodos do dia e ambientar as três principais linhas da coleção: pela manhã, uma roupa leve e confortável; à tarde, uma profusão de estampas; à noite, uma série mais sofisticada e sensual.
(ALCINO LEITE NETO)


Texto Anterior: Para Isabeli, foi "chocante'
Próximo Texto: Documentário: Programa sobre futebol fica só no replay
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.