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Gisele Bündchen faz hoje seu último desfile para a Colcci
Marca estuda a idéia de renovar contrato com a modelo, que hoje é de quase R$ 2 milhões; vendas da Colcci cresceram 25% no Brasil e 50% no exterior
DO ENVIADO ESPECIAL A BRUSQUE (SC)
A megatop Gisele Bündchen
faz hoje o seu quarto e último
desfile para a Colcci no Fashion
Rio. Ainda está em debate na
AMC Têxtil, dona da grife, se o
contrato com a modelo (de
quase de R$ 2 milhões) será renovado por mais dois anos ou
se é melhor partir para outro tipo de campanha publicitária,
como, por exemplo, apostar
num famoso piloto de Fórmula
1 como garoto-propaganda.
A Colcci precisa ainda de um
forte elemento publicitário para ancorar seu prestígio, apesar
da ascensão espantosa de suas
vendas. No último ano, elas
cresceram 25% no mercado
brasileiro e cerca de 50% no
mercado internacional.
As exportações representam
hoje 20% do faturamento anual
da empresa -de cerca de R$
150 milhões. Em 2005, a Colcci
exportou 500 mil peças. Desse
total, 95% seguiram para o
mercado europeu. Em setembro, a grife passa a desfilar também em Nova York, mantendo
as suas apresentações no Fashion Rio. "Nossa intenção é
montar em 2007 nos EUA a
mesma estrutura de que a Colcci dispõe na Europa", diz Alexandre Menegotti, 34, presidente da AMC Têxtil, que é
também dona da Sommer, da
Carmelitas e tem o licenciamento sul-americano da Coca-Cola para a produção de roupas
com a marca do refrigerante.
Os clientes europeus da
Colcci estão distribuídos por
países como Portugal, Inglaterra, França, Alemanha e Holanda. Como nas lojas brasileiras, o
jeanswear é o produto mais
vendido lá fora. O preço de uma
roupa da grife na Europa equivale ao valor da mesma peça no
Brasil, em real. O que custa aqui
R$ 1.000 é vendido lá por
1.000 (cerca de R$ 3.000).
"A Colcci está associada na
Europa a um produto jovial e
alegre. O mercado de roupas
para jovens é a cara do Brasil e
está crescendo em todo o mundo", diz Menegotti. O crescimento da Colcci, que hoje responde por 70% do faturamento
da AMC Têxtil, levou a empresa a trocar a fábrica que possui
em Brusque por uma maior, de
30 mil m2, em Itajaí (SC).
O novo parque fabril será
inaugurado até o final de 2007
e vai custar R$ 20 milhões. A
AMC Têxtil adquiriu também
duas fábricas de sapato, que
passarão a produzir peças exclusivamente para suas grifes.
A Colcci foi fundada em 1986
pela estilista Lila Colzani, em
Santa Catarina. Em 2000, ela
vendeu a grife para a AMC Têxtil e permaneceu como diretora de criação. "Passei de dona a
empregada, era como se estivesse vendendo um filho. Vivi
um longo período de luto",
conta Colzani. O luto passou.
Ela diz que se adaptou às exigências da empresa. "Existe
sempre a briga do setor de estilo com o comercial, mas tentamos convencer as pessoas a
respeito de nossas idéias. Não
posso, porém, esquecer que a
grife tem que dar lucro."
Atualmente, Colzani enfrenta uma outra dificuldade, por
causa das crescentes exportações: "Preciso fazer uma coleção que seja comercial, agrade
ao Brasil e, ao mesmo tempo,
tenha um conceito forte que
interesse à Europa". Para a
próxima temporada de inverno, ela vai criar uma linha especial apenas para o mercado europeu, com tricôs e casacos
mais pesados. "Temos que ganhar também o consumidor de
inverno lá fora."
No desfile de hoje, no Fashion Rio, a Colcci vai montar
um cenário de praia e ondas,
em que variações de luz vão indicar os diferentes períodos do
dia e ambientar as três principais linhas da coleção: pela manhã, uma roupa leve e confortável; à tarde, uma profusão de
estampas; à noite, uma série
mais sofisticada e sensual.
(ALCINO LEITE NETO)
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