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Crítica
Wilder acha "girl next door" em Jean Arthur
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A expressão "girl next door"
serve para quase todas as atrizes jovens do cinema. Não para
Marlene Dietrich, é claro, uma
espécie de sócia remida da categoria "femme fatale".
A "girl next door" é uma contradição em termos: significa,
em linhas gerais, a garota maravilhosa que todo cara sonha em
encontrar e que, assim espera
ele, colocará sua vida emocional nos eixos. Portanto, ela não
é "next door" por definição.
A verdadeira garota do lado é
Jean Arthur, porque ela é seguramente a atriz mais sem graça
do século passado. Ela parece
fácil de encontrar: é frágil, sente ciúmes e, para completar,
finge ser uma pessoa diferente
do que a que de fato é.
Ela pode ser até uma congressista poderosa, como em
"A Mundana" (Turner Classic
Movies, 23h45), filme dirigido
por Billy Wilder em 1948, mas
as características permanecem. Assim como as de Dietrich, a mundana do título. Mas
essa, veremos, traz algo de
inesperado para essa história
ambientada na Alemanha do
pós-guerra.
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