PEDRO DINIZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Seis anos após desfilar sua última coleção no São Paulo Fashion Week, o estilista Jum Nakao volta ao evento, a partir de hoje, com a instalação Vestígios Vestíveis.
Uma caixa cênica coberta de tule foi montada dentro do pavilhão da Bienal. Dentro dela, um bar, que o estilista e sua equipe encaparão, durante seis dias, murim (um tipo de tecido fino) cru.
"Exploro a relação do homem com o ambiente de celebração. Ao vestir os objetos do bar, que lembra um pós-festa, reflito sobre como a moda cria camadas de roupa sobre o visível", diz Nakao.
A performance, segundo ele, quer mostrar que existe vida além da passarela. "Os desfiles estão vazios. Não vejo o fim do formato, mas os valores devem ser revistos".
Apesar de não definir uma data, Jum afirma que, dentro de dois anos, volta a desfilar.
"Rompi com as roupas pois não queria mais fazer concessões", diz. Em sua despedida da SPFW, Nakao mandou que os modelos rasgassem, em plena passarela, toda sua coleção de verão.
Para abrir a performance, o estilista discute moda, hoje, no espaço da instalação, com o historiador João Braga, o editor da Publifolha, Alcino Leite Neto, e o diretor da SPFW, Paulo Borges.


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