São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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CONEXÃO POP

THIAGO NEY thiago.ney@uol.com.br

Chemical Brothers e Strokes



Dupla eletrônica retorna com sétimo disco; banda americana faz show secreto em Londres


O CHEMICAL Brothers em sua forma mais pura. É essa a intenção da dupla com o disco "Further", o sétimo dos ingleses Tom Rowlands e Ed Simons, que chega às lojas -físicas e virtuais- na semana que vem.
"Further" não traz as famosas colaborações da dupla -eles já fizeram faixas com Noel Gallagher, Klaxons, Richard Ashcroft (The Verve), Beth Orton, Tim Burgess (The Charlatans). Os poucos vocais que aparecem são do próprio Rowlands.
A impressão é que os CB priorizaram a sutileza e o bom humor e deixaram de lado a euforia e o experimentalismo que pipocavam em seus mais recentes discos.
Mesmo não sendo dos mais impactantes discos da dupla, "Further" possui pelo menos uma faixa fora de série: "Another World".
Sintetizadores bem trabalhados brincam com um vocal etéreo. Há aqui lirismo, leveza, características que parecem estar em falta na música eletrônica contemporânea.
Esse clima assemelha-se ao de "K+D+B", a sétima música. Há um vocal parecido e, de novo, privilegia-se não a pista de dança, mas sentidos mais intimistas.
"Further" tem apenas oito músicas (no iTunes terá faixas extras), e seu carro-chefe parece ser "Escape Velocity", a música que mais lembra o Chemical Brothers dos anos 1990.
É longa (mais de 11 minutos) e rápida, cheia de barulhinhos e com uma dinâmica que parece ter sido feita como trilha do supervelocista Usain Bolt. Ainda não sei se isso é bom ou ruim.

 


Amanhã acontece em São Paulo a terceira edição do Popload Gig. Desta vez, o festival traz a São Paulo os norte-americanos Girls (uma dupla de dois homens) e MEN (que traz uma mulher na formação).
O Girls é muito recomendado: são donos de uma das melhores novas músicas ("Lust for Life") e o show passeia entre o pop sessentista e o psicodelismo. Infos: www.poploadgig.com.br/. Sexta, o evento vai a Porto Alegre; sábado, ao Rio.

 


Sob o nome Venison, os Strokes voltam finalmente aos palcos. A banda que ajudou a dar um gás ao rock em 2001 tenta recuperar a relevância a partir de hoje, com o show secreto que fazem no Dingwalls, uma casa pequena (cabem umas 500 pessoas ali) no movimentado e turístico bairro de Camden, no norte de Londres.
Lembro que em 2001, ainda antes do lançamento de "Is This It", o primeiro disco deles, vi o segundo show dos Strokes em Londres, no clube Heaven. Como hoje, no Dingwalls, os ingressos custavam cerca de 10 libras. Na porta, paguei 100 libras -e presenciei duas japonesas pagando ainda mais. Mas valeu a pena.

 


Uma das bandas mais criminosamente ignoradas nos anos 00 é a inglesa The Coral.
Espero -mas não tenho muitas esperanças- que essa situação possa mudar com o lançamento de "Butterfly House", o quinto álbum desse grupo formado em uma cidadezinha colada em Liverpool.
Talvez apenas o Flaming Lips consiga criar rock psicodélico tão atraente, criativo e divertido como o Coral. Dá para ter uma ideia de como funciona o universo da banda com o vídeo de "1000 Years", o primeiro single de "Butterfly House", que já está no YouTube.


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