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POLÍTICA CULTURAL
Encontro discutiu o cinema nacional em Florianópolis
Secretário do Audiovisual defende ação do MinC em evento
INÁCIO ARAUJO
enviado especial a Florianópolis
O 3º Florianópolis Audiovisual
Cultural terminou na última sexta-feira tendo como personagem central José Álvaro Moisés, secretário
para o Desenvolvimento do Audiovisual do MinC.
Moisés confirmou na quarta-feira sua presença na mesa "Políticas
de Integração Audiovisual no Mercosul" (até lá, o representante designado pelo MinC para a mesa era
José Francisco Pereira do Valle,
coordenador de Audiovisual da
mesma secretaria) e chamou a
atenção para a necessidade "de observar o lado positivo dessas reuniões, não só os obstáculos".
Esse chamamento ao otimismo
foi o início de uma defesa da ação
do ministério para o setor -questionada em algumas mesas- e de
um ataque à Folha, que relatou esse questionamento ao longo da semana.
Para Moisés, a atividade central
do MinC consistiu, na gestão Francisco Weffort, em fazer "funcionar
efetivamente" as leis de renúncia
fiscal em que se baseia a captação
de recursos para a produção cinematográfica, o que já permitiu, segundo seus números, a captação
de R$ 280 milhões e a realização de
73 filmes.
Correção nas leis
Moisés contestou a idéia de que a
política ministerial se restrinja a
favorecer a produção e deixe de
observar outros aspectos, como a
dificuldade de os filmes brasileiros
chegarem às salas de exibição.
Segundo ele, o momento é de
promover correções nas leis de incentivos. O fato de ter sido proibida a revenda dos certificados audiovisuais foi visto por ele como
uma conquista do MinC e da Lei
do Audiovisual (essa revenda permitia a existência de "descontos",
na prática uma maneira de o investidor colocar no filme menos do
que o valor declarado).
Para o secretário do Audiovisual,
existem ainda "pontos a serem enfrentados", como a necessidade de
atentar à relação entre orçamento
e receitas dos filmes e "redisciplinar a maneira de usar o dinheiro
público", já que os filmes, "se
usam dinheiro público, têm de ser
vistos pelo público", sublinhando
que a renúncia fiscal chega "às vezes a R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões".
Isso não dependeria apenas da
vontade dos realizadores: "Temos
de enfrentar com clareza o fato de
os nossos mercados estarem capturados por um só país" (os EUA).
Para tanto, ele acredita ser necessário, no caso da produção, incluir
nos orçamentos os custos de comercialização, para que cada filme
tenha meios de se promover no
momento de seu lançamento.
Para aperfeiçoar a distribuição,
Moisés propõe a criação de um
consórcio de distribuição de filmes
latino-americanos, com ação internacional.
O secretário julga ainda necessário fazer crescer "a ocupação brasileira de seu próprio mercado",
processo que acredita ter sido iniciado com a criação de uma linha
de crédito do BNDES (de R$ 80 milhões para 1999) destinada, entre
outros, à criação de salas e seu reequipamento.
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