Mercosul cultural engatinha
do enviado a Florianópolis
A intervenção do secretário
para o Desenvolvimento do
Audiovisual do Minc, José Álvaro Moisés -voltada sobretudo a questões internas-, colocou em surdina os problemas
levantados pelos outros debatedores da sessão de encerramento do 3º Florianópolis Audiovisual Mercosul.
Eles enfatizaram, antes de tudo, as dificuldades e perspectivas de integração cultural entre
os países do Mercosul.
Juan Carlos D'Amico, do Parlamento Cultural do Mercosul,
chamou a atenção para a necessidade de "equalizar e compatibilizar as legislação dos vários
países" do bloco.
Luís Rodrigues, do Instituto
Nacional de Cinema e Artes Visuais argentino, de algum modo formulou um resumo das
aspirações dos participantes do
seminário de Florianópolis, ao
dizer que "há que formalizar as
inquietudes que estes encontros suscitam", de modo a
transformá-los em atos pró-integração.
Mas foi Ignacio Aliaga, do
Departamento de Cinema e Artes Visuais chileno, quem atentou para um aspecto que tende
a suscitar tensões no interior
do bloco: "se não temos um cinema que se desenvolva em
nosso país, dificilmente podemos sentar à mesa para falar de
integração", disse.
Nesse caso, a questão seria
como impedir que os países
maiores -Brasil e Argentina- monopolizem a produção e distribuição no subcontinente: "Queremos ser não só
consumidores, mas também
produtores".
Até o momento, as discussões
deixam a impressão de que cada país está voltado para seus
próprios problemas. Conceber
a integração como "alavanca
que permitirá romper com as
limitações de cada um de nossos países" é, no entender do
representante chileno, o atual
desafio do Mercosul cultural.
Está claro pelos debates da semana passada que o caminho a
percorrer para chegar a uma
integração do subcontinente
em termos de cultura ainda é
longo e árduo.
(IA)
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