São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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CRÍTICA

Novo disco, "Largo" exacerba o piano pós-moderno de Brad Mehldau

DA REPORTAGEM LOCAL

Brad Mehldau começou a dedilhar o piano aos 4 anos. Ralou manhãs e manhãs na música clássica de Schumann e Beethoven. Nas tardes ociosas adolescentes, era Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Grateful Dead que ele colocava para rodar. E só aí veio o jazz.
Respeitada a elasticidade que tem a palavra, só mesmo o termo "pós-modernismo" daria conta de como Mehldau construiu uma voz tão pessoal dentro do jazz recortando e colando todas as belezas que conseguiu achar em gêneros musicais tão diferentes.
Com nove discos lançados, o pianista vem adicionando com uma dicção bem erudita pitadas de rock em temas predominantemente tradicionais do jazz.
Mas essa "sopa pós-moderna", termo que o próprio Mehldau chegou a usar certa vez para definir seu estilo, nunca esteve tão pós-moderna quanto no disco que o pianista lança no dia 13 de agosto nos Estados Unidos (e que a Warner importa em outubro).
"Largo", primeiro disco com banda depois da ótima série "Art of Trio" (cinco CDs), exponencia a capacidade do músico de digerir elementos musicais já existentes em algo totalmente diferente.
Nenhuma música do CD demonstra isso melhor do que "Paranoid Android". Tema do premiado álbum "OK Computer" do grupo de rock inglês Radiohead, a composição ganha ainda mais lirismo em roupagem jazz. E "Largo", disco para ouvidos largos, aponta esperança no pouco otimista cenário do futuro. (CASSIANO ELEK MACHADO)


Largo     
Artista: Brad Mehldau
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 45 (mais impostos)



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