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CRÍTICA
Novo disco, "Largo" exacerba o piano pós-moderno de Brad Mehldau
DA REPORTAGEM LOCAL
Brad Mehldau começou a
dedilhar o piano aos 4 anos.
Ralou manhãs e manhãs na música clássica de Schumann e Beethoven. Nas tardes ociosas adolescentes, era Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Grateful Dead que ele colocava para rodar. E só aí veio o jazz.
Respeitada a elasticidade que
tem a palavra, só mesmo o termo
"pós-modernismo" daria conta
de como Mehldau construiu uma
voz tão pessoal dentro do jazz recortando e colando todas as belezas que conseguiu achar em gêneros musicais tão diferentes.
Com nove discos lançados, o
pianista vem adicionando com
uma dicção bem erudita pitadas
de rock em temas predominantemente tradicionais do jazz.
Mas essa "sopa pós-moderna",
termo que o próprio Mehldau
chegou a usar certa vez para definir seu estilo, nunca esteve tão
pós-moderna quanto no disco
que o pianista lança no dia 13 de
agosto nos Estados Unidos (e que
a Warner importa em outubro).
"Largo", primeiro disco com
banda depois da ótima série "Art
of Trio" (cinco CDs), exponencia
a capacidade do músico de digerir
elementos musicais já existentes
em algo totalmente diferente.
Nenhuma música do CD demonstra isso melhor do que "Paranoid Android". Tema do premiado álbum "OK Computer" do
grupo de rock inglês Radiohead, a
composição ganha ainda mais lirismo em roupagem jazz. E "Largo", disco para ouvidos largos, aponta esperança no pouco otimista cenário do futuro. (CASSIANO ELEK MACHADO)
Largo
Artista: Brad Mehldau
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 45 (mais impostos)
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