São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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NET CETERA

A nova revolução que vem do "Wi-Fi"

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

A sigla é esquisita: "Wi-Fi". Mas guarde essas quatro letrinhas, pois é daí que está vindo a próxima revolução (e, consequentemente, a próxima polêmica). É a internet sem fio sendo pirateada e distribuída de graça por ativistas on-line. Só que desta vez não se trata de conteúdo, como fazia o Napster, mas de acesso.
O nome, também conhecido como 802.11b, é abreviatura para "wireless fidelity", literalmente fidelidade sem fio. É utilizado já há algum tempo por empresas e cibercafés e serve para conectar diversos computadores à rede com apenas um provedor e por ondas, sem a utilização de fios.
Demorou pouco para que ativistas norte-americanos on-line tivessem a idéia. E, se eles se juntassem em grupos, cada um assinasse apenas uma conexão a cabo e a partir daí redistribuíssem pela banda Wi-Fi este sinal gratuitamente para, digamos, todo o seu quarteirão, como uma comunidade rural hippie dos anos 70 que em vez de pão estivesse socializando o acesso à internet?
Para ter acesso de sua casa, sentado numa praça ou dentro de seu carro, basta você instalar um cartão de US$ 100 em seu laptop. A velocidade é na média 70 vezes maior do que a conexão por telefone. Desvantagens: a segurança é praticamente inexistente, seja para proteger seus dados em uma transação financeira, seja para vigiar o conteúdo.
Vem dando muito certo, pelo menos do ponto de vista dos ativistas. Até agora, há 2 milhões de usuários de Wi-Fi pirata nos EUA. Quem não está gostando nada da história são as provedoras de conexão a cabo, como a Roadrunner, da AOL Time Warner, que praticamente detém o monopólio em Nova York.
As empresas reclamam, com razão, de que este "Napster de acesso" está infringindo diversas leis. E está mesmo. É como se você recebesse a assinatura de seu jornal pela manhã, fizesse várias cópias xerox de todas as páginas em sua casa e distribuísse de graça para todos os seus vizinhos, com um bônus: no Wi-Fi, não há gasto nenhum com papel.
Mas, assim como o Napster e seus sucessores fizeram e fazem a indústria fonográfica se mexer e rever seu modelo de distribuição de conteúdo e de captação de lucro, o Wi-Fi começa a fazer o mesmo em relação ao setor de venda de acesso. Como no Napster, com o tempo tudo tende a ser regularizado, com desvantagem para os piratas.
Até que o próximo adolescente enfurnado na frente do computador na casa de seus pais tenha a próxima idéia: "E se eu...".


E-mail: sergiodavila@uol.com.br
Site: www.uol.com.br/sergiodavila


CACHORRADA

Melhor amigo do homem
O polêmico e engraçado clipe de animação da faixa "Shoot the Dog", de George Michael, já está à disposição no site oficial do músico (www.aegean.net). Veja Tony Blair como o cachorro de estimação de George W. Bush.

BOCA DO LUXO

Rei do trash provoca na rede
O fotógrafo norte-americano Terry Richardson, rei do trash descoberto agora pelo circuito da moda e que esteve no Brasil na semana passada para fotografar modelos e travestis, mantém um dos sites mais provocativos da rede. Fica em www.richardsonmag.com, é proibido para menores e pode ser barra-pesada de vez em quando.



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