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NET CETERA
A nova revolução que vem do "Wi-Fi"
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A sigla é esquisita: "Wi-Fi".
Mas guarde essas quatro letrinhas, pois é daí que está vindo a
próxima revolução (e, consequentemente, a próxima polêmica). É a internet sem fio sendo pirateada e distribuída de graça por
ativistas on-line. Só que desta vez
não se trata de conteúdo, como
fazia o Napster, mas de acesso.
O nome, também conhecido como 802.11b, é abreviatura para
"wireless fidelity", literalmente fidelidade sem fio. É utilizado já há
algum tempo por empresas e cibercafés e serve para conectar diversos computadores à rede com
apenas um provedor e por ondas,
sem a utilização de fios.
Demorou pouco para que ativistas norte-americanos on-line
tivessem a idéia. E, se eles se juntassem em grupos, cada um assinasse apenas uma conexão a cabo
e a partir daí redistribuíssem pela
banda Wi-Fi este sinal gratuitamente para, digamos, todo o seu
quarteirão, como uma comunidade rural hippie dos anos 70 que
em vez de pão estivesse socializando o acesso à internet?
Para ter acesso de sua casa, sentado numa praça ou dentro de seu
carro, basta você instalar um cartão de US$ 100 em seu laptop. A
velocidade é na média 70 vezes
maior do que a conexão por telefone. Desvantagens: a segurança é
praticamente inexistente, seja para proteger seus dados em uma
transação financeira, seja para vigiar o conteúdo.
Vem dando muito certo, pelo
menos do ponto de vista dos ativistas. Até agora, há 2 milhões de
usuários de Wi-Fi pirata nos
EUA. Quem não está gostando
nada da história são as provedoras de conexão a cabo, como a
Roadrunner, da AOL Time Warner, que praticamente detém o
monopólio em Nova York.
As empresas reclamam, com razão, de que este "Napster de acesso" está infringindo diversas leis.
E está mesmo. É como se você recebesse a assinatura de seu jornal
pela manhã, fizesse várias cópias
xerox de todas as páginas em sua
casa e distribuísse de graça para
todos os seus vizinhos, com um
bônus: no Wi-Fi, não há gasto nenhum com papel.
Mas, assim como o Napster e
seus sucessores fizeram e fazem a
indústria fonográfica se mexer e
rever seu modelo de distribuição
de conteúdo e de captação de lucro, o Wi-Fi começa a fazer o mesmo em relação ao setor de venda
de acesso. Como no Napster, com
o tempo tudo tende a ser regularizado, com desvantagem para os
piratas.
Até que o próximo adolescente
enfurnado na frente do computador na casa de seus pais tenha a
próxima idéia: "E se eu...".
E-mail: sergiodavila@uol.com.br
Site: www.uol.com.br/sergiodavila
CACHORRADA
Melhor amigo do homem
O polêmico e engraçado clipe de animação da faixa "Shoot the Dog", de George Michael, já está à disposição no site oficial do músico
(www.aegean.net). Veja Tony Blair como
o cachorro de estimação de George W. Bush.
BOCA DO LUXO
Rei do trash provoca na rede
O fotógrafo norte-americano Terry Richardson, rei do trash descoberto agora pelo circuito da moda e que esteve no Brasil na semana passada para fotografar modelos e travestis, mantém um dos sites mais provocativos da rede. Fica em
www.richardsonmag.com, é
proibido para menores e pode ser barra-pesada de vez em quando.
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