São Paulo, quinta, 9 de julho de 1998

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TELEVISÃO
Globo filma vida de Chiquinha Gonzaga

da Reportagem Local

Com o sucesso de "Hilda Furacão", a Globo continua a apostar na produção de minisséries centradas em figuras femininas polêmicas. A emissora planeja realizar série sobre a vida da compositora e maestrina carioca Chiquinha Gonzaga.
O provável diretor da minissérie, Roberto Talma, diz que a trama terá cerca de 40 capítulos, deve começar a ser gravada em outubro e tem estréia prevista para janeiro do ano que vem.
Francisca Edwiges Nevez Gonzaga, ou Chiquinha Gonzaga (1847-1935), escandalizou sua época ao separar-se do marido no Brasil durante o Império.
Aos 18 anos, viu-se obrigada a abandonar o casamento, quando seu marido decidiu proibi-la de se dedicar à música.
Aos 38 anos, foi a primeira brasileira a reger uma orquestra e uma banda militar. Mas foi com as marchinhas carnavalescas que Chiquinha se notabilizou.
"Abre Alas", por exemplo, cantada até hoje nos salões do país, foi composta pela musicista na virada do século passado.
Mas há ainda outros pontos polêmicos na biografia de Chiquinha. Aos 52 anos, ela manteve um relacionamento com um adolescente de 16 anos.
O roteiro da série da Globo será escrito por Geraldo Carneiro. Talma diz que a sinopse já está escrita e que poderá passar por modificações até chegar a um formato final.
O diretor prefere manter segredo se vai aceitar o convite da emissora para dirigir "Chiquinha Gonzaga". Talma admite que está vivendo um impasse por conta de outro programa da Globo, o "Domingão do Faustão", que também dirige.
"Já havia planejado algumas coisas com o Fausto Silva. Ainda não decidi. Tomarei a decisão na próxima semana", esclarece.
Apesar da indefinição, o diretor explica que já pensa em como conduzir a minissérie.
"Penso em dividir a história em duas fases -uma quando ela (Chiquinha Gonzaga) é jovem e outra em que ela está madura, aos 52 anos, envolvendo-se com o adolescente", conta o diretor.
A idéia de Talma é filmar a história em película 16 ou 35 mm. O diretor já imagina também quem seriam as protagonistas.
Chiquinha Gonzaga seria interpretada na primeira fase por Paloma Duarte que, na segunda etapa, seria vivida por Debora Duarte, mãe de Paloma.
Sem o convite oficializado, Debora aceitou de antemão, ao ser comunicada pela Folha sobre a possibilidade.
"É lógico que aceitaria fazer. Trabalhar com o Talma é uma idéia que me encanta", resume a atriz. (RUI DANTAS)



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