São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2004

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"A apatia é inimiga da religião", diz autor

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Aos 38 anos, o inglês Dan Brown já é um dos nomes mais fortes no mercado editorial mundial, crescendo num território dominado por escritores de auto-ajuda, místicos de toda a sorte e celebridades transformadas em autores de livro. O fato de seu "O Código Da Vinci" ser um dos livros mais vendidos no mundo atualmente só é páreo para a quantidade de livros que estão sendo lançados na esteira do livro original -todo mundo quer um pedaço de Jesus Cristo, como percebeu o diretor Mel Gibson em sua "A Paixão de Cristo".
"O Código Da Vinci" é o quarto livro de Brown e o segundo com as aventuras de seu Indiana Jones acadêmico, Robert Langdon, que também protagonizou "Angels and Demons", lançado no ano 2000. Parte do sucesso do livro pode ser explicado graças a uma estratégia de lançamento da editora norte-americana Doubleday, que enviou 10 mil exemplares para livreiros e jornalistas antes do lançamento do livro -número considerado alto mesmo para autores consagrados. A fórmula foi copiada no Brasil, quando a editora Sextante produziu pequenos folhetins contendo os quatro primeiros capítulos do livro, para serem distribuídos em livrarias.
O resultado foi uma pré-encomenda de quase um quarto de milhão de exemplares e um inspirado artigo de primeira página no "New York Times". O livro não saiu da lista dos mais vendidos do jornal desde seu lançamento (só desceu até o quarto lugar) e causou um feito digno dos Beatles, quando os quatro livros de Brown figuraram simultaneamente entre os mais vendidos. Além do "Código" e "Angels" (que a editora Sextante promete lançar neste semestre no Brasil), Brown ainda é autor de "Digital Fortress", romance policial sobre segurança digital, e do thriller político "Deception Point".
Nascido em New Hampshire, onde mora com a mulher Blythe, depois de ter passado anos nos Estados Unidos, Brown desdenha da acusação de que está apenas interessado em difamar a Igreja Católica. "Controvérsia e diálogo são saudáveis para a religião como um todo. A religião só tem apenas um inimigo -a apatia- e o debate passional é um antídoto soberbo", diz em seu site (www.danbrown.com).
"Todos nós estamos tentando decifrar os grandes mistérios da vida e estamos seguindo nossos próprios rumos de iluminação", ele continua. "Eu me considero um estudante de muitas religiões. Quanto mais estudo, mais perguntas eu tenho. Para mim, a busca espiritual é um trabalho em andamento que dura toda uma vida." Brown atualmente não dá entrevistas pois está terminando o terceiro romance protagonizado por Langdon, que agora inclui a maçonaria e a cidade de Washington no roteiro. (AM)

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