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"A apatia é inimiga da religião", diz autor
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Aos 38 anos, o inglês Dan
Brown já é um dos nomes mais
fortes no mercado editorial mundial, crescendo num território dominado por escritores de auto-ajuda, místicos de toda a sorte e
celebridades transformadas em
autores de livro. O fato de seu "O
Código Da Vinci" ser um dos livros mais vendidos no mundo
atualmente só é páreo para a
quantidade de livros que estão
sendo lançados na esteira do livro
original -todo mundo quer um
pedaço de Jesus Cristo, como percebeu o diretor Mel Gibson em
sua "A Paixão de Cristo".
"O Código Da Vinci" é o quarto
livro de Brown e o segundo com
as aventuras de seu Indiana Jones
acadêmico, Robert Langdon, que
também protagonizou "Angels
and Demons", lançado no ano
2000. Parte do sucesso do livro
pode ser explicado graças a uma
estratégia de lançamento da editora norte-americana Doubleday,
que enviou 10 mil exemplares para livreiros e jornalistas antes do
lançamento do livro -número
considerado alto mesmo para autores consagrados. A fórmula foi
copiada no Brasil, quando a editora Sextante produziu pequenos
folhetins contendo os quatro primeiros capítulos do livro, para serem distribuídos em livrarias.
O resultado foi uma pré-encomenda de quase um quarto de
milhão de exemplares e um inspirado artigo de primeira página no
"New York Times". O livro não
saiu da lista dos mais vendidos do
jornal desde seu lançamento (só
desceu até o quarto lugar) e causou um feito digno dos Beatles,
quando os quatro livros de Brown
figuraram simultaneamente entre
os mais vendidos. Além do "Código" e "Angels" (que a editora Sextante promete lançar neste semestre no Brasil), Brown ainda é autor de "Digital Fortress", romance
policial sobre segurança digital, e
do thriller político "Deception
Point".
Nascido em New Hampshire,
onde mora com a mulher Blythe,
depois de ter passado anos nos
Estados Unidos, Brown desdenha
da acusação de que está apenas
interessado em difamar a Igreja
Católica. "Controvérsia e diálogo
são saudáveis para a religião como um todo. A religião só tem
apenas um inimigo -a apatia-
e o debate passional é um antídoto soberbo", diz em seu site
(www.danbrown.com).
"Todos nós estamos tentando
decifrar os grandes mistérios da
vida e estamos seguindo nossos
próprios rumos de iluminação",
ele continua. "Eu me considero
um estudante de muitas religiões.
Quanto mais estudo, mais perguntas eu tenho. Para mim, a busca espiritual é um trabalho em andamento que dura toda uma vida." Brown atualmente não dá
entrevistas pois está terminando
o terceiro romance protagonizado por Langdon, que agora inclui
a maçonaria e a cidade de Washington no roteiro.
(AM)
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