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Cinema/estréia
Filha revê as várias facetas de Person
Marina Person dirige documentário que demorou quase 10 anos para ficar pronto
Longa, que estréia amanhã nos cinemas de São Paulo e do Rio, trata da carreira do diretor de "São Paulo S/A" e de suas relações familiares
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase dez anos depois do início das filmagens, o documentário "Person" chega amanhã
aos cinemas paulistanos e cariocas. O filme sobre Luiz Sergio Person retrata as várias facetas da sua carreira como cineasta, ator, diretor de publicidade e encenador, por meio de
entrevistas, imagens de arquivo e cenas de seus trabalhos. O
filme é ainda uma obra bastante pessoal -a diretora, Marina
Person, é filha do cineasta.
Conhecida como apresentadora da MTV, Marina seguiu a
carreira do pai: estudou cinema
na USP, dirigiu um curta e prepara agora um longa de ficção.
"Na faculdade, tomei conhecimento da importância da
obra dele", lembra Marina.
Antes de realizar dois de seus
principais filmes, "São Paulo
S/A" (1965) e "O Caso dos Irmãos Naves" (1967), Person estudou cinema na Itália, onde
fez o curta "Al Ladro".
A princípio, "Person" seria
um curta, mas a diretora considerou que tinha muito material
e o redimensionou. As primeiras entrevistas foram feitas em
1998, e a última, em 2003. Nesse período, Marina foi descobrindo material, como imagens
do sepultamento do cineasta.
"O projeto demorou por isso
[a mudança de curta para longa]. Tive vários apoios espaçados e fiz uma versão para a TV
que passou na Cultura em
2003, mas é outro filme, com
elementos parecidos", diz.
"É um filme sobre um cineasta, por isso queria que passasse
no cinema, na tela grande."
O processo mais complicado,
no entanto, foi tocar na questão
pessoal. "As entrevistas mais
difíceis foram com minha mãe
e minha irmã. Havia muitas
coisas sobre as quais nunca tínhamos falado abertamente
antes", conta Marina.
As entrevistas e cenas familiares em super-8 costuram o
filme, bem como uma entrevista do cineasta para o programa
da TV Cultura "Luzes Câmera",
pouco antes de morrer, em um
acidente de carro, em 1976.
Revendo a obra e a vida de
seu pai, Marina diz sentir que
aprendeu melhor a "recomeçar". "A disposição para recomeçar que ele tinha era muito
importante. E é importante para todo mundo, é uma maneira
muito saudável de encarar a vida."
(TEREZA NOVAES)
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