São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Cinema/estréia

Filha revê as várias facetas de Person

Marina Person dirige documentário que demorou quase 10 anos para ficar pronto

Longa, que estréia amanhã nos cinemas de São Paulo e do Rio, trata da carreira do diretor de "São Paulo S/A" e de suas relações familiares

DA REPORTAGEM LOCAL

Quase dez anos depois do início das filmagens, o documentário "Person" chega amanhã aos cinemas paulistanos e cariocas. O filme sobre Luiz Sergio Person retrata as várias facetas da sua carreira como cineasta, ator, diretor de publicidade e encenador, por meio de entrevistas, imagens de arquivo e cenas de seus trabalhos. O filme é ainda uma obra bastante pessoal -a diretora, Marina Person, é filha do cineasta.
Conhecida como apresentadora da MTV, Marina seguiu a carreira do pai: estudou cinema na USP, dirigiu um curta e prepara agora um longa de ficção.
"Na faculdade, tomei conhecimento da importância da obra dele", lembra Marina.
Antes de realizar dois de seus principais filmes, "São Paulo S/A" (1965) e "O Caso dos Irmãos Naves" (1967), Person estudou cinema na Itália, onde fez o curta "Al Ladro".
A princípio, "Person" seria um curta, mas a diretora considerou que tinha muito material e o redimensionou. As primeiras entrevistas foram feitas em 1998, e a última, em 2003. Nesse período, Marina foi descobrindo material, como imagens do sepultamento do cineasta.
"O projeto demorou por isso [a mudança de curta para longa]. Tive vários apoios espaçados e fiz uma versão para a TV que passou na Cultura em 2003, mas é outro filme, com elementos parecidos", diz.
"É um filme sobre um cineasta, por isso queria que passasse no cinema, na tela grande."
O processo mais complicado, no entanto, foi tocar na questão pessoal. "As entrevistas mais difíceis foram com minha mãe e minha irmã. Havia muitas coisas sobre as quais nunca tínhamos falado abertamente antes", conta Marina.
As entrevistas e cenas familiares em super-8 costuram o filme, bem como uma entrevista do cineasta para o programa da TV Cultura "Luzes Câmera", pouco antes de morrer, em um acidente de carro, em 1976.
Revendo a obra e a vida de seu pai, Marina diz sentir que aprendeu melhor a "recomeçar". "A disposição para recomeçar que ele tinha era muito importante. E é importante para todo mundo, é uma maneira muito saudável de encarar a vida." (TEREZA NOVAES)


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