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Escritor americano Benjamin Moser defende Paulo Coelho
DOS ENVIADOS A PARATY
O escritor e crítico norte-americano Benjamin Moser
-autor de "Clarice,"- defendeu Paulo Coelho em sua
participação ontem, na Flip.
"O brasileiro tem vergonha de Coelho, segundo autor mais vendido no mundo.
Faço a defesa dele", declarou, sob alguns apupos. "Se
eu fosse ter vergonha de cada
merda cultural exportada pelos EUA, estava perdido."
Moser participou da mesa
"Nacional, Estrangeiro" com
o tradutor alemão Berthold
Zilly. Contou que teve facilidade com a língua portuguesa por falar espanhol desde a
infância, quando morou no
Texas, fronteiriço ao México.
Zilly disse estudar convite
para verter "Grande Sertão:
Veredas", de Guimarães Rosa, ao alemão.
Na última mesa dedicada à
obra do homenageado Gilberto Freyre, o sociólogo José
de Souza Martins defendeu
ontem que, até o século 18, o
Brasil foi bilíngue.
"Paraty é uma palavra
inhangatu. Se não fosse pelo
inhangatu, em São Paulo
não iríamos de um bairro a
outro, não haveria Butantã
nem Mooca", disse Martins.
"Quando FHC reclamava
que a imprensa estava de
"nhe-nhe-nhém", ele estava
falando inhangatu, assim como quem usa as palavras
"oreia", "zóio", "cuié" e "muié"."
Os exemplos, segundo o
sociólogo, já eram apontados
na obra de Freyre, que sempre preferiu olhar para os aspectos miúdos em detrimento dos grandes fatos sociais.
(PF E RK)
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